São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 2006

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PAINEL

Nós e os outros
O PT ameaça jogar areia na recuperação de Lula com um seminário, em 30 de março, para discutir a política de alianças nas eleições de outubro. Com a esquerda partidária robustecida, teme-se que o encontro resulte num veto formal a coligações com PP, PTB e PL.

Para as calendas
Preocupados com o potencial de estrago do seminário, em data próxima à da prévia do PMDB e poucos meses antes das convenções dos partidos, petistas afinados com Lula já trabalham para remarcar o evento, adiando ao máximo qualquer debate público sobre alianças.

Terapia de grupo
Um dirigente inconformado com o seminário de 30 de março balança a cabeça: "Vamos fazer um encontro quando as CPIs estarão terminando, e nós mesmos faremos questão de ressuscitar o mensalão, Roberto Jefferson e tudo mais. Só o PT mesmo".

Carimbo na testa
Pesquisa à disposição do PT acendeu luz amarela, quase vermelha, sobre a intenção de José Genoino de se candidatar a deputado federal. A imagem do ex-presidente do partido não dá sinais de recuperação.

Cabe na kombi
Expoentes do PMDB governista, os senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP) serão generais com pouco exército na prévia idealizada pelos oposicionistas do partido. Alagoas terá 169 votos. O Amapá e o Maranhão, somados, 815. Num universo de 20.515 eleitores.

Causa comum
Num ponto coincidem os discursos do Planalto e do Palácio dos Bandeirantes. Trata-se de repetir e repetir que Lula está não apenas competitivo, mas a cada dia mais forte. E assim maximizar o risco representado pela eventual saída de José Serra da prefeitura de São Paulo.

Sem digitais
Mineiros que conheceram o modo de operar de Dimas Toledo apontam um vício de origem na chamada "lista de Furnas": o ex-diretor não repassava recursos para campanhas eleitorais, e sim intermediava doações, feitas diretamente pelas empresas.

Verba carimbada
Corre na praça que Nilton Monteiro, o lobista que diz ser verdadeira a "lista de Furnas", pretende apresentar provas de depósitos de recursos nas contas de pelo menos cinco dos parlamentares nela citados.

Sem refresco
A CPI dos Bingos prepara sua próxima ofensiva contra Antonio Palocci: o depoimento de Benedito Valencise, delegado responsável pelo inquérito que apura suspeitas de irregularidades em Ribeirão Preto.

Plano de vôo
Relator do processo de Vadão Gomes, Moroni Torgan (PFL-CE) pediu ao DAC registro de vôos feitos em 16 de agosto de 2004 para Mineiros (GO). O deputado do PP alega que esteve na cidade nessa data, a mesma em que Marcos Valério diz ter lhe repassado recursos em SP.

Está nos autos
Salvo no plenário da Câmara, Romeu Queiroz (PTB-MG) terá uma desagradável surpresa no relatório final da CPI dos Correios: será citado como beneficiário do valerioduto.

Batata quente
Lula anda reclamando de Hélio Costa. Acha que o ministro das Comunicações deixou o governo em situação constrangedora ao declarar que somente o padrão japonês de televisão digital, o desejado pelas emissoras, é bom para o Brasil.

TIROTEIO

Do deputado federal Eliseu Padilha (PMDB-RS) sobre José Dirceu, segundo quem a liderança de Orestes Quércia em pesquisas sobre a sucessão paulista indicaria que "a questão ética não terá tanta importância assim nas próximas eleições":
-Por 25 anos o PT pregou que era diferente dos outros. Revelado o mensalão, vai pregar por outros 25 anos, sem convencer ninguém, que todos são iguais. A declaração do deputado cassado revela o "apreço" que os petistas têm pelo PMDB.

CONTRAPONTO

Proibido para menores

O relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), contou a um grupo de parlamentares que, no início do mandato, recebeu no gabinete envelope enviado por um movimento de mulheres católicas. Sem sequer abrir a correspondência, encaminhou-a ao bispo de Umuarama, sua base eleitoral.
-Tempos depois, chegou a resposta do bispo, muito bravo. Tratava-se de um grupo a favor do aborto-, explicou Serraglio.
Há poucos dias, o sub-relator Gustavo Fruet (PSDB-PR) recebeu um CD em carta anônima, supostamente com denúncias para a CPI. Quando abriu, eram imagens pornográficas.
Lembrando da história, Fruet enviou o CD a Serraglio com a inscrição "confidencial", para sugerir que o material continha revelações bombásticas, mas com uma recomendação:
-Cuidado. Desta vez, não vá mandar para o bispo!


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