São Paulo, terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Pelo telefone

Os dois principais negociadores, pela oposição, do acordo para delimitar as fronteiras da CPI dos cartões corporativos consultaram Fernando Henrique Cardoso antes de dizer "sim" à principal condição do governo, a saber: estender a investigação não apenas à gestão anterior mas às chamadas "contas tipo B", modalidade de realização de despesas mais utilizada pré-Lula. Tanto o deputado tucano Carlos Sampaio, à frente das tratativas com os governistas, quanto o senador Sérgio Guerra, presidente do PSDB e eminência parda da negociação, conversaram com FHC.
Além de estabelecerem o escopo da CPI, as duas partes concordaram informalmente em que o foco das apurações sobre gastos "não deve estar nas famílias". Nem do presidente atual, nem do anterior.

Carnê. De FHC para um deputado do PSDB, sobre os gastos na época em que era presidente: "Não tem com que se preocupar. As roupas da Ruth era eu mesmo quem pagava".

Replay. A atual divergência entre tucanos -uns favoráveis e outros refratários à negociação com o governo em torno da CPI- lembra a que se viu no debate da CPMF: senadores e deputados não se entendem sobre o que é melhor para a imagem da sigla.

Desprendido. Com o bate-cabeça da oposição sobre a CPI, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), fazia questão de dizer: o requerimento a ser referendado é de Carlos Sampaio.

Escala. O novo modelo de diárias em viagens dos ministros inclui variação de valor a depender da cidade visitada. O governo deverá fazer convênios com grandes redes hoteleiras para obter descontos.

Cabrocha. Ciro Gomes (PSB-CE) e Manuela D'Ávila (PC do B-RS) conversavam sobre o Carnaval ontem, na volta do Congresso. Ela se queixava de dor nas pernas, apesar de ter desfilado de sandália rasteira. "Não tenho condições políticas e físicas para ser passista", disse a deputada. "Com todo o respeito, discordo da segunda parte", emendou o colega de Câmara.

Espelho meu. O ministro Nelson Jobim (Defesa) contratou empresa para fazer pesquisa telefônica sobre sua imagem entre os jornalistas.

Sinal... A cúpula petista classifica como um "chega pra lá sem maiores conseqüências" a exclusão do grupo do deputado Jilmar Tatto, ligado à ministra Marta Suplicy (Turismo), dos principais postos da Executiva do partido.

...dos tempos. "Racha foi em 1995", diz um dirigente, referindo-se à composição da Executiva que acabou em choro de José Dirceu por ter sido "acusado" por um colega da esquerda petista de ter sua campanha ao governo paulista financiada por empreiteira.

Posto avançado. A Mensagem ao Partido busca autorização da direção do PT para colocar em Brasília uma urna da prévia dos pré-candidatos à Prefeitura de Porto Alegre. O grupo, que apóia o ex-ministro Miguel Rossetto contra a deputada Maria do Rosário, tem boa parte de seus adeptos instalada no governo federal.

Caldeirão. Além de Santo André e Guarulhos, os petistas da Grande São Paulo devem organizar prévias em Jandira, Jacareí e Suzano. Nesta última cidade, até o prefeito Marcelo Candido, que tem direito à reeleição, está sendo contestado por outras correntes do partido.

Glória. O programa de TV do DEM, que vai ao ar no dia 21, pintará com tons épicos a vitória contra o governo na votação da CPMF. Metade do tempo será dedicada ao tema. O restante será ocupado pelos prefeitos Gilberto Kassab (SP) e Cesar Maia (RJ).

Visita à Folha. José Gomes Temporão, ministro da Saúde, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Valderez Caetano, chefe da assessoria de comunicação.

Tiroteio

"Se o PT tivesse distribuído cartões corporativos à base aliada com limite de crédito de R$ 30 mil, estaria resolvido o problema do mensalão."


De ROBERTO JEFFERSON, presidente do PTB e autor da denúncia do mensalão, que depõe hoje à Justiça Federal no Rio de Janeiro.

Contraponto

Comédia de erros

Sem muitos recursos na campanha de 1986, militantes do PT paulistano adotaram a tática de sair à noite retirando faixas de adversários nos bairros. Numa dessas operações, Luiz Marinho, hoje ministro da Previdência, e Paulo Fiorilo, agora vereador, foram até a zona leste.
Fiorilo subia num poste e Marinho aguardava ao volante da kombi quando o cachorro da casa vizinha começou a latir alto. Uma luz se acendeu no interior da residência.
-Corre, corre, vamos embora!-, alertou Marinho.
Fiorilo pulou e entrou na kombi. Na arrancada, os documentos de Marinho, que estavam no painel, voaram pela janela e caíram dentro da casa do cachorro. Não teve jeito: os dois tiveram de voltar, pedir os documentos e convencer o morador de que não iriam assaltar ninguém.


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