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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Pelo telefone
Os dois principais negociadores, pela oposição, do
acordo para delimitar as fronteiras da CPI dos cartões
corporativos consultaram Fernando Henrique Cardoso antes de dizer "sim" à principal condição do governo, a saber: estender a investigação não apenas à
gestão anterior mas às chamadas "contas tipo B", modalidade de realização de despesas mais utilizada pré-Lula. Tanto o deputado tucano Carlos Sampaio, à
frente das tratativas com os governistas, quanto o senador Sérgio Guerra, presidente do PSDB e eminência parda da negociação, conversaram com FHC.
Além de estabelecerem o escopo da CPI, as duas
partes concordaram informalmente em que o foco
das apurações sobre gastos "não deve estar nas famílias". Nem do presidente atual, nem do anterior.
Carnê. De FHC para um deputado do PSDB, sobre os gastos na época em que era presidente: "Não tem com que se
preocupar. As roupas da Ruth
era eu mesmo quem pagava".
Replay. A atual divergência
entre tucanos -uns favoráveis e outros refratários à negociação com o governo em
torno da CPI- lembra a que
se viu no debate da CPMF: senadores e deputados não se
entendem sobre o que é melhor para a imagem da sigla.
Desprendido. Com o bate-cabeça da oposição sobre a
CPI, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), fazia questão de dizer: o
requerimento a ser referendado é de Carlos Sampaio.
Escala. O novo modelo de
diárias em viagens dos ministros inclui variação de valor a
depender da cidade visitada.
O governo deverá fazer convênios com grandes redes hoteleiras para obter descontos.
Cabrocha. Ciro Gomes
(PSB-CE) e Manuela D'Ávila
(PC do B-RS) conversavam
sobre o Carnaval ontem, na
volta do Congresso. Ela se
queixava de dor nas pernas,
apesar de ter desfilado de sandália rasteira. "Não tenho
condições políticas e físicas
para ser passista", disse a deputada. "Com todo o respeito,
discordo da segunda parte",
emendou o colega de Câmara.
Espelho meu. O ministro
Nelson Jobim (Defesa) contratou empresa para fazer
pesquisa telefônica sobre sua
imagem entre os jornalistas.
Sinal... A cúpula petista
classifica como um "chega pra
lá sem maiores conseqüências" a exclusão do grupo do
deputado Jilmar Tatto, ligado
à ministra Marta Suplicy (Turismo), dos principais postos
da Executiva do partido.
...dos tempos. "Racha foi
em 1995", diz um dirigente,
referindo-se à composição da
Executiva que acabou em
choro de José Dirceu por ter
sido "acusado" por um colega
da esquerda petista de ter sua
campanha ao governo paulista financiada por empreiteira.
Posto avançado. A Mensagem ao Partido busca autorização da direção do PT para
colocar em Brasília uma urna
da prévia dos pré-candidatos
à Prefeitura de Porto Alegre.
O grupo, que apóia o ex-ministro Miguel Rossetto contra
a deputada Maria do Rosário,
tem boa parte de seus adeptos
instalada no governo federal.
Caldeirão. Além de Santo
André e Guarulhos, os petistas da Grande São Paulo devem organizar prévias em
Jandira, Jacareí e Suzano.
Nesta última cidade, até o
prefeito Marcelo Candido,
que tem direito à reeleição,
está sendo contestado por outras correntes do partido.
Glória. O programa de TV
do DEM, que vai ao ar no dia
21, pintará com tons épicos a
vitória contra o governo na
votação da CPMF. Metade do
tempo será dedicada ao tema.
O restante será ocupado pelos
prefeitos Gilberto Kassab
(SP) e Cesar Maia (RJ).
Visita à Folha. José Gomes Temporão, ministro da
Saúde, visitou ontem a Folha.
Estava acompanhado de Valderez Caetano, chefe da assessoria de comunicação.
Tiroteio
"Se o PT tivesse distribuído cartões corporativos
à base aliada com limite de crédito de R$ 30 mil,
estaria resolvido o problema do mensalão."
De ROBERTO JEFFERSON, presidente do PTB e autor da denúncia do
mensalão, que depõe hoje à Justiça Federal no Rio de Janeiro.
Contraponto
Comédia de erros
Sem muitos recursos na campanha de 1986, militantes
do PT paulistano adotaram a tática de sair à noite retirando faixas de adversários nos bairros. Numa dessas
operações, Luiz Marinho, hoje ministro da Previdência, e
Paulo Fiorilo, agora vereador, foram até a zona leste.
Fiorilo subia num poste e Marinho aguardava ao volante da kombi quando o cachorro da casa vizinha começou a
latir alto. Uma luz se acendeu no interior da residência.
-Corre, corre, vamos embora!-, alertou Marinho.
Fiorilo pulou e entrou na kombi. Na arrancada, os documentos de Marinho, que estavam no painel, voaram pela janela e caíram dentro da casa do cachorro. Não teve
jeito: os dois tiveram de voltar, pedir os documentos e
convencer o morador de que não iriam assaltar ninguém.
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