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SÃO PAULO
Vereadores pretendem instalar nova comissão para apreciar impeachment de prefeito convocando suplentes
Oposição quer afastar aliados de Pitta
da Reportagem Local
Os vereadores que fazem oposição ao prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PTN), tentam criar uma
CPI para averiguar as irregularidades na Prefeitura de São Paulo
denunciadas por Nicéa Pitta sem
a presença dos 30 vereadores que
votaram contra o impeachment
do prefeito no dia 20 de maio do
ano passado.
Em entrevista ao "Globo Repórter" veiculado na última sexta-feira, Nicéa afirmou que todos os vereadores que votaram pelo arquivamento do pedido de impeachment receberam dinheiro do prefeito.
De acordo com o vereador José
Eduardo Cardozo (PT), o regimento interno da Câmara Municipal impede a presença de vereadores suspeitos em CPIs que os
investigue. Os partidos de oposição pretendem que os 30 vereadores governistas sejam impedidos de votar e de participar da
CPI, havendo a convocação de suplentes para que haja quórum nas
votações.
Em reunião ontem pela manhã,
a bancada de oposição traçou estratégias para conseguir aprovar a
CPI e para iniciar um processo de
impeachment contra o prefeito.
Os oposicionistas querem convocar Nicéa o mais rápido possível para prestar depoimento.
A primeira-dama disse que Pitta, apesar de não participar diretamente das negociações com os
vereadores, sabia do que ocorria.
"Ele sabia, eu também sabia. Ele
(Pitta) dizia que isso era herança
do Maluf e que o Edevaldo (Alves
da Silva, ex-secretário do Governo de Paulo Maluf) já fazia isso".
Segundo Nicéa, o dinheiro pago
aos vereadores saiu de empresas
que mantêm contratos com a prefeitura.
A primeira-dama afirmou que
chegou a sugerir ao prefeito que
instalasse câmeras ocultas no
apartamento para filmar as negociações, o que não foi aceito, segundo ela, por Pitta.
Manifestação
Os vereadores decidiram realizar hoje, às 10 horas, uma manifestação no parque Ibirapuera
contra o prefeito e os vereadores
da sua base de apoio.
Em nota à imprensa, a oposição
afirma que Pitta não tem legitimidade para tomar decisões administrativas na cidade, sobretudo
no que diz respeito aos processos
de licitação e de privatização. O
prefeito pretende privatizar o
Anhembi, o estádio do Pacaembu
e o autódromo de Interlagos.
Os oposicionistas também defendem o afastamento do presidente da Câmara, Armando Mellão (PMDB), que se elegeu com o
voto da maioria dos parlamentares de oposição.
"Se o prefeito tiver o mínimo de
bom senso, ele renuncia", disse o
vereador José Eduardo Cardozo
(PT), que foi presidente da CPI da
máfia da propina.
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