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FIM DE CASAMENTO
Presidente do partido ameaça renunciar caso bancada não vote em bloco pela aprovação do imposto
Bornhausen desafia PFL em defesa da CPMF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente nacional do PFL, o
senador licenciado Jorge Bornhausen (SC), disse a interlocutores que a aprovação da CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira) é uma
"questão de honra" para ele.
Segundo a Folha apurou, o pefelista teria completado: "Se uma
parcela do partido insistir em não
votar, entrego o meu cargo de
presidente [do partido"".
O segundo turno de votação da
CPMF na Câmara está marcado
para amanhã, mas antes os deputados têm de votar a redação da
emenda, prevista para hoje.
Bornhausen tem demonstrado
irritação com alguns integrantes
do PFL que aproveitam o momento para se vingarem do Palácio do Planalto por causa de disputas passadas.
Embora o presidente pefelista
não o diga em público, considera
pouco apropriadas as declarações
do líder do partido na Câmara,
Inocêncio Oliveira (PE), que sempre aponta dificuldades para a
aprovação da CPMF.
Inocêncio estaria magoado com
o presidente Fernando Henrique
Cardoso desde que perdeu a eleição para presidir a Câmara, em fevereiro do ano passado, para o tucano Aécio Neves (MG).
Diferentemente de Inocêncio,
Bornhausen acredita que não é o
momento de criar mais arestas
com o Palácio do Planalto.
Ao contrário, fará de tudo para
preservar um bom relacionamento com FHC. O presidente pefelista acredita que o tucano estará
com a popularidade preservada
até o final do mandato e seria contraproducente atacá-lo, mesmo
que o PFL tenha candidato próprio na sucessão presidencial.
Disposição
Ontem, o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), reafirmou a disposição de concluir a
votação da emenda que prorroga
a CPMF nesta semana.
O deputado Arnaldo Faria de Sá
(PTB-SP) anunciou que vai apresentar emenda à redação aprovada em primeiro turno assim que a
proposta entrar em votação na
sessão de hoje.
Dessa forma, o projeto voltará
obrigatoriamente à comissão especial antes de ser votado em segundo turno. A expectativa de
Aécio é que a comissão se reúna
amanhã de manhã, para que o
projeto seja votado em segundo
turno pelo plenário à tarde.
"Trata-se de uma medida a favor da governabilidade do país e
não do governo. A CPMF é absolutamente vital para a continuidade dos investimentos na área social, especialmente na saúde",
afirmou Aécio.
O presidente da Câmara vai
conversar com Inocêncio Oliveira
ainda pela manhã. A bancada pefelista, que está impedindo a votação do projeto, vai se reunir à tarde para decidir se votará ou não a
emenda na sessão de hoje.
No dia 16 de junho a cobrança
da CPMF será interrompida, pelo
menos temporariamente, porque
não haverá mais prazo suficiente
para aprovar a emenda em dois
turnos no Senado até o dia 18 de
março.
A emenda precisa ser promulgada 90 dias antes de a cobrança
ser iniciada.
De acordo com dados do governo, R$ 400 milhões deixarão de
ser arrecadados por semana com
a interrupção da cobrança do chamado imposto do cheque, o que
deve acontecer por, pelo menos,
duas semanas.
Cumulatividade
Aécio vai tentar em almoço hoje
com o presidente Fernando Henrique Cardoso e com o ministro
da Fazenda, Pedro Malan, avançar na discussão para a votação do
projeto que acaba com a atual cumulatividade na cobrança de impostos.
A proposta foi retirada do projeto global de reforma tributária,
parada na Câmara por falta de
acordo entre governo e deputados. Aécio elegeu a votação do
projeto uma das prioridades da
Câmara neste semestre.
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