São Paulo, terça-feira, 12 de março de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Silvio Santos volta a ser alternativa para pefelistas

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Preocupados com eventual retirada da candidatura de Roseana Sarney a presidente da República, vários deputados, senadores e dirigentes do PFL voltaram a falar num "plano B" para a sigla: lançar o empresário e apresentador de TV Silvio Santos como postulante ao Palácio do Planalto.
Silvio Santos, 71, é um sonho antigo do PFL. Em 1989, três integrantes da sigla tentaram fazê-lo candidato pelo nanico PMB.
A aventura durou menos de um mês, com o Tribunal Superior Eleitoral vetando o nome do empresário, pois havia problemas com a legalidade de sua filiação partidária. Agora, segundo os pefelistas, ele está filiado ao PFL de forma regular. A Folha não conseguiu, no entanto, confirmar essa informação na Justiça Eleitoral.
Em uma pesquisa Datafolha realizada em 3 e 4 de janeiro deste ano, Silvio Santos obteve 15% e 16% das intenções de voto para presidente, dependendo do cenário em que era colocado. À época, o empresário havia sido sondado por dirigentes pefelistas a respeito de uma eventual candidatura.
Com a ascensão de Roseana Sarney nas pesquisas, a idéia de lançar o empresário ficou congelada. Agora, muitos pefelistas voltaram à carga por avaliar que é real a chance de Roseana desistir da disputa por causa das investigações da empresa Lunus, de propriedade da governadora e de seu marido, Jorge Murad.

Articulação
Segundo a Folha apurou, estão por trás da articulação da eventual candidatura de Silvio Santos os mesmos que fizeram a tentativa em 89, agora reforçados por um grupo de deputados da sigla.
Em 89, a operação Silvio Santos foi coordenada pelos pefelistas Hugo Napoleão (governador do Piauí), Marcondes Gadelha (deputado pela Paraíba) e Edison Lobão (senador pelo Maranhão). O grupo foi apelidado pelos adversários de "os três porquinhos".
Agora, engrossam o time, entre outros, o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), e o deputado Ronaldo Caiado (GO). Outros parlamentares ouvidos pela Folha também se disseram a favor, mas pedem que seus nomes não sejam mencionados.

Roseana
Para todos os efeitos, o PFL continuará esperando alguma versão convincente por parte de Roseana Sarney a respeito da origem do dinheiro encontrado em sua empresa (R$ 1,34 milhão em notas de R$ 50). A Folha falou ontem com 11 parlamentares e dirigentes pefelistas. Nenhum demonstrou, no entanto, ter esperanças de que a governadora do Maranhão consiga se recuperar da atual crise.
Em público, o PFL vai aguardar os efeitos práticos sobre o desempenho de Roseana nas pesquisas. Se houver uma queda brusca, o partido espera que a própria candidata decida sair do páreo.
Se isso acontecer, haveria duas opções à frente dos pefelistas: encontrar algum candidato competitivo ou ficar sem nome para a disputa presidencial e tentar fazer alianças esparsas em cada Estado.
O único nome competitivo da sigla é, na opinião dos que falaram à Folha, o de Silvio Santos.


Texto Anterior: Bornhausen desafia PFL em defesa da CPMF
Próximo Texto: FHC diz que venceria eleição sem o PFL
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.