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Silvio Santos volta
a ser alternativa
para pefelistas
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Preocupados com eventual retirada da candidatura de Roseana
Sarney a presidente da República,
vários deputados, senadores e dirigentes do PFL voltaram a falar
num "plano B" para a sigla: lançar
o empresário e apresentador de
TV Silvio Santos como postulante
ao Palácio do Planalto.
Silvio Santos, 71, é um sonho
antigo do PFL. Em 1989, três integrantes da sigla tentaram fazê-lo
candidato pelo nanico PMB.
A aventura durou menos de um
mês, com o Tribunal Superior
Eleitoral vetando o nome do empresário, pois havia problemas
com a legalidade de sua filiação
partidária. Agora, segundo os pefelistas, ele está filiado ao PFL de
forma regular. A Folha não conseguiu, no entanto, confirmar essa informação na Justiça Eleitoral.
Em uma pesquisa Datafolha
realizada em 3 e 4 de janeiro deste
ano, Silvio Santos obteve 15% e
16% das intenções de voto para
presidente, dependendo do cenário em que era colocado. À época,
o empresário havia sido sondado
por dirigentes pefelistas a respeito
de uma eventual candidatura.
Com a ascensão de Roseana
Sarney nas pesquisas, a idéia de
lançar o empresário ficou congelada. Agora, muitos pefelistas voltaram à carga por avaliar que é
real a chance de Roseana desistir
da disputa por causa das investigações da empresa Lunus, de propriedade da governadora e de seu
marido, Jorge Murad.
Articulação
Segundo a Folha apurou, estão
por trás da articulação da eventual candidatura de Silvio Santos
os mesmos que fizeram a tentativa em 89, agora reforçados por
um grupo de deputados da sigla.
Em 89, a operação Silvio Santos
foi coordenada pelos pefelistas
Hugo Napoleão (governador do
Piauí), Marcondes Gadelha (deputado pela Paraíba) e Edison Lobão (senador pelo Maranhão). O
grupo foi apelidado pelos adversários de "os três porquinhos".
Agora, engrossam o time, entre
outros, o líder do PFL na Câmara,
Inocêncio Oliveira (PE), e o deputado Ronaldo Caiado (GO). Outros parlamentares ouvidos pela
Folha também se disseram a favor, mas pedem que seus nomes
não sejam mencionados.
Roseana
Para todos os efeitos, o PFL continuará esperando alguma versão
convincente por parte de Roseana
Sarney a respeito da origem do dinheiro encontrado em sua empresa (R$ 1,34 milhão em notas de
R$ 50). A Folha falou ontem com
11 parlamentares e dirigentes pefelistas. Nenhum demonstrou, no
entanto, ter esperanças de que a
governadora do Maranhão consiga se recuperar da atual crise.
Em público, o PFL vai aguardar
os efeitos práticos sobre o desempenho de Roseana nas pesquisas.
Se houver uma queda brusca, o
partido espera que a própria candidata decida sair do páreo.
Se isso acontecer, haveria duas
opções à frente dos pefelistas: encontrar algum candidato competitivo ou ficar sem nome para a
disputa presidencial e tentar fazer
alianças esparsas em cada Estado.
O único nome competitivo da
sigla é, na opinião dos que falaram
à Folha, o de Silvio Santos.
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