DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Grampos aprovou ontem a convocação do delegado Protógenes Queiroz, acusado de investigar a vida de autoridades e jornalistas que nunca foram alvos oficiais dos inquéritos que comandou. Após analisar parte dos nove volumes enviados pela Justiça Federal à CPI, integrantes da comissão estão convencidos de que o delegado ultrapassou os limites de sua função.
A investigação do trabalho de Protógenes, feita pela Corregedoria da PF, também afirma que ele cometeu o crime de quebra de sigilo funcional ao vazar a jornalistas detalhes da Operação Satiagraha.
Relatório de análise de um pen drive apreendido em um quarto de hotel usado por Protógenes, em São Paulo, diz que dois profissionais da Rede Globo são os responsáveis pela filmagem que flagrou intermediários do banqueiro Daniel Dantas, alvo da operação, oferecendo suborno a um delegado da equipe da Satiagraha. A Globo informou que não se manifestará sobre o caso.
Apenas neste pen drive há 21.763 arquivos, entre escutas, vídeos, gráficos, planilhas, além de documentos criptografados e ainda não decifrados pela PF.
Em um computador, também apreendido, Protógenes mantinha um arquivo em que descreve as atividades e os passos do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. O ex-ministro declarou esta semana ter atrasado o retorno de uma viagem ao exterior por receio de ser preso em uma ação arbitrária de Protógenes, foi convidado a prestar depoimento à CPI.
A CPI também aprovou ontem a convocação do ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Paulo Lacerda e de outros quatro agentes e ex-agentes da Abin que teriam manuseado escutas telefônicas.


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