São Paulo, sexta-feira, 12 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PV estuda expulsar ministro da Cultura por apoio a Dilma

Juca Ferreira deve dar suporte a candidaturas do PT ao Palácio do Planalto e ao governo da Bahia

EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia após o ministro Juca Ferreira (Cultura) ter pedido licença do PV para permanecer no governo e apoiar as candidaturas petistas à Presidência e ao governo da Bahia, integrantes da cúpula do partido passaram a estudar a sua expulsão. O tema será discutido em reunião da executiva da legenda, no mês que vem, segundo relato à Folha de integrantes do comando do PV.
A licença pedida pelo ministro foi uma reação ao pedido do PV para que ele deixasse a pasta até o final deste mês. "O partido vinha verificando que ele estava empenhado na candidatura da ministra Dilma", disse o vereador carioca Alfredo Sirkis (PV), um dos coordenadores da campanha da senadora Marina Silva (PV-AC) ao Planalto.
Outro incômodo da cúpula do PV foram as recentes declarações de Juca contrárias à candidatura do partido ao governo da Bahia, onde o ministro prefere apoiar a reeleição de Jaques Wagner (PT). No Estado, o PV terá como candidato o deputado federal Luiz Bassuma. "[Essa candidatura] foi a gota d'água", disse ontem o ministro da Cultura.
O pedido de licença, avaliam dirigentes do partido, foi uma forma encontrada pelo ministro para permanecer no ministério até 31 de dezembro e, além disso, apoiar Dilma e Wagner. Por isso, a expulsão passou a ser cogitada.
O ex-deputado Luciano Zica, que trocou o PT pelo PV, se coloca contrário à expulsão, mas afirma entender quem pensa dessa forma: "É legítimo. No mínimo, ele faltou com respeito à organização partidária na medida em que discutiu muito centrado na pessoa dele".
Para oferecer palanques para Marina na campanha presidencial, além da Bahia, o PV deve ter candidatos ao menos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco.
"Eu venho em um processo de divergência com o partido há mais ou menos quatro anos", afirmou Juca. Para ele, a filiação de Marina deixou o partido "mais conservador".
A decisão do ministro fez com que Lula mudasse sua agenda de ontem para prestigiá-lo. Até o início da tarde, não constava de seus compromissos a participação na Segunda Conferência Nacional de Cultura. À tarde, o petista incluiu visita ao Teatro Nacional.

Colaboraram a Folha Online e SIMONE IGLESIAS, da Sucursal de Brasília



Texto Anterior: Análise: Google de Lula não resiste à 1ª busca
Próximo Texto: Senado: Heráclito diz que não poderia demitir Agaciel
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.