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PV estuda expulsar ministro da Cultura por apoio a Dilma
Juca Ferreira deve dar suporte a candidaturas do PT ao Palácio do Planalto e ao governo da Bahia
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia após o ministro Juca
Ferreira (Cultura) ter pedido
licença do PV para permanecer
no governo e apoiar as candidaturas petistas à Presidência e ao
governo da Bahia, integrantes
da cúpula do partido passaram
a estudar a sua expulsão.
O tema será discutido em
reunião da executiva da legenda, no mês que vem, segundo
relato à Folha de integrantes
do comando do PV.
A licença pedida pelo ministro foi uma reação ao pedido do
PV para que ele deixasse a pasta até o final deste mês.
"O partido vinha verificando
que ele estava empenhado na
candidatura da ministra Dilma", disse o vereador carioca
Alfredo Sirkis (PV), um dos
coordenadores da campanha
da senadora Marina Silva (PV-AC) ao Planalto.
Outro incômodo da cúpula
do PV foram as recentes declarações de Juca contrárias à
candidatura do partido ao governo da Bahia, onde o ministro prefere apoiar a reeleição
de Jaques Wagner (PT).
No Estado, o PV terá como
candidato o deputado federal
Luiz Bassuma. "[Essa candidatura] foi a gota d'água", disse
ontem o ministro da Cultura.
O pedido de licença, avaliam
dirigentes do partido, foi uma
forma encontrada pelo ministro para permanecer no ministério até 31 de dezembro e,
além disso, apoiar Dilma e
Wagner. Por isso, a expulsão
passou a ser cogitada.
O ex-deputado Luciano Zica,
que trocou o PT pelo PV, se coloca contrário à expulsão, mas
afirma entender quem pensa
dessa forma: "É legítimo. No
mínimo, ele faltou com respeito à organização partidária na
medida em que discutiu muito
centrado na pessoa dele".
Para oferecer palanques para
Marina na campanha presidencial, além da Bahia, o PV
deve ter candidatos ao menos
em São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais e Pernambuco.
"Eu venho em um processo
de divergência com o partido
há mais ou menos quatro
anos", afirmou Juca. Para ele, a
filiação de Marina deixou o
partido "mais conservador".
A decisão do ministro fez
com que Lula mudasse sua
agenda de ontem para prestigiá-lo. Até o início da tarde, não
constava de seus compromissos a participação na Segunda
Conferência Nacional de Cultura. À tarde, o petista incluiu
visita ao Teatro Nacional.
Colaboraram a Folha Online e SIMONE IGLESIAS, da Sucursal de Brasília
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