São Paulo, sexta-feira, 12 de março de 2010

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

Profeta do diálogo

Com o título acima, o israelense "Haaretz" adiantou ontem sua entrevista com Lula, que viaja amanhã para Israel. O texto de Adar Primor abre descrevendo "o mais popular chefe de estado da história do país" e dizendo que "o consenso universal é que é simplesmente impossível não gostar dele".
Lula "entra na sala e sorri em todas as direções", para a entrevista que contou também com um repórter da agência árabe brasileira Anba. "Imparcialidade é o nome do jogo", escreve Primor, e o brasileiro joga par ou ímpar quatro vezes até definir "quem vai fazer a primeira pergunta". Lula conta que questionou Ahmadinejad por negar o Holocausto. Vincula suas visitas a Israel e ao Irã com a busca da paz -e pede novos atores, "brasileiros, muito provavelmente", ironiza o repórter, na mediação do conflito árabe israelense. Lamenta que, dos acordos de Oslo, só restem "prêmios Nobel e fotos de pessoas abraçadas".
O longo relato fecha com uma descrição da rua Saara, no Rio, "onde judeus e árabes vendem roupas e brinquedos lado a lado", e de um comercial em que dois meninos com a camisa da seleção brasileira, um judeu e um árabe, iniciam "uma bela amizade. É a mesma mensagem, ingênua ou não, que Lula quer infundir nas nações em conflito".

 

Por outro lado, no "Jornal Nacional":
"O jornal "Miami Herald" comenta boatos de que Lula se lançaria a secretário-geral da ONU, com o título: "Presidente do Brasil como chefe das Nações Unidas? Esperamos que não"."



BEM-VINDO À FESTA
Com o título acima, em português, a coluna Lex, do "Financial Times", saudou ontem a aquisição dos negócios da americana Devon no Brasil, inclusive licenças no pré-sal, pela BP. A maior companhia britânica de petróleo "queria há muito entrar e está pagando US$ 7 bilhões para tanto". Avalia que "o preço pago parece alto, à primeira vista, mas este acordo é sobre o futuro".
O site do jornal britânico acompanhou o negócio desde a madrugada, em vários posts. Na reportagem principal, no alto da home, sublinhou à noite que a compra dá acesso aos poços "em parceria com a Petrobras".

EXCITANTE

bloomberg.com/ft.com
Com a foto acima, mais análise em vídeo, a Bloomberg destacou, ouvindo analistas do setor, que foi "um dos melhores negócios realizados pela BP em sua história", por incluir "o Brasil em seu portfólio", com "as excitantes águas profundas brasileiras"

UM PÉ NO BRASIL
A exemplo do "FT", o "Wall Street Journal" seguiu a negociação desde a madrugada, noticiando na home, por fim, que o acordo "garante um pé nas águas profundas do Brasil" e ajuda a dispersar "as dúvidas sobre a capacidade da BP de continuar produzindo mais e mais petróleo". Na análise "BP samba", afirma que o negócio não eleva sua produção de imediato e "não foi barato, mas traz a promessa de um salto a partir de 2015".

POTENCIAL
A notícia correu EUA e Europa. O "New York Times" adiantou reportagem destacando que a petroleira "consegue acesso às reservas brasileiras" e avaliando que "gigantes do petróleo como a BP estão em busca de aumento de produção em áreas com grande potencial".

CORRIDA
Em Londres, o "Guardian" noticiou que a "BP se junta à corrida do petróleo no mar profundo". Depois, na análise "BP quebra a castanha do Pará" (Brazil nut), afirmou que "o buraco no portfólio era óbvio há tempos" e a empresa demorou para acordar para o pré-sal brasileiro.



CAIU, MAS SUBIU
Na manchete do UOL, abrindo o dia, "PIB recua 0,2% em 2009, mas cresce 2% no quarto trimestre". Da Reuters Brasil, "PIB cai 0,2% em 2009, mas mostra vigor no final do ano". No portal Terra, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo deu entrevista para o enunciado, entre aspas, "Após recuo, PIB deve crescer até 6% em 2010".
No exterior, o destaque foi todo para o futuro, com os mesmos números do IBGE. No enunciado do "Financial Times", "Brasil pronto para crescer pelo menos 5,5%" em 2010. Do "Wall Street Journal", "Recuperação robusta pode levar o Banco Central a agir".



OUTRO BC?
Lula até veio a público, através de um de seus ministros, afirmar que "deseja que Henrique Meirelles fique na presidência do Banco Central", destaque na Agência Brasil. Mas as apostas já corriam, ontem, sobre os substitutos. No iG, por exemplo, "Luciano Coutinho voltou a ser cogitado para suceder Meirelles no BC".

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@ - Nelson de Sá


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