São Paulo, quarta-feira, 12 de abril de 2000


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PTB e enquete pressionam Natalício

da Reportagem Local

O PTB arrancou o voto de Natalício Bezerra com um argumento forte. O aviso foi bem dado: o partido não toleraria a infidelidade de um vereador, após uma decisão das Executivas Nacional e Estadual de apoiar as investigações contra o prefeito Celso Pitta.
Em um ano de eleição e sendo candidato, o risco de perder a legenda e a possibilidade de concorrer em outubro fizeram o petebista mudar radicalmente seu discurso ontem na Câmara.
Duas horas depois de declarar que ainda poderia mudar seu voto e ser favorável ao arquivamento das denúncias contra Pitta, o petebista surgiu ontem em uma coletiva decidido a se posicionar favorável ao início do impeachment. Ele até assinou o parecer da oposição, a pedido da bancada.
Apesar de negar que a decisão tenha se dado por pressão do partido, Bezerra, que é presidente do sindicato dos taxistas de São Paulo, não soube explicar por que havia, horas antes, condicionado seu voto ao resultado de uma pesquisa que ele mesmo fazia com motoristas.
"O que os taxistas decidirem eu vou fazer. Não sou um vereador. Somos 35 mil vereadores, que são os taxistas e seus familiares que me elegeram. Preciso respeitá-los", disse. "Entre o meu partido, o prefeito Celso Pitta e os taxistas, fico com os taxistas e a cidade."
O resultado parcial da pesquisa antes de uma conversa a portas fechadas com a bancada, segundo ele, era quase de empate. Após a reunião, o levantamento parcial já era final. Segundo o vereador, 90% dos 3.600 taxistas ouvidos sobre como ele deveria votar defenderam que Pitta deve ser investigado na Câmara.
Após a reunião na bancada, o partido também voltou a ter valor. "Se estou votando hoje, a bancada é que irá decidir. Minha bancada tem cinco vereadores. O PTB está fazendo tudo pensando, por isso levei todo esse tempo para dar uma resposta aos senhores."
Após Bezerra anunciar sua decisão, comentava-se que até o vereador Ivo Morganti (PMDB) poderia passar a apoiar as investigações. Até ontem, ele não havia manifestado seu voto.
No entanto, já tinha autorização do líder do partido, Jooji Hato, de votar como quiser.


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