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São Paulo, sábado, 12 de abril de 2003

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Líder quer explicação de ministro

DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA), pretende chamar os ministros Antônio Palocci Filho (Fazenda) e Guido Mantega (Planejamento) para explicarem para bancada o documento elaborado pelo Ministério da Fazenda em que constam diretrizes econômicas do governo.
"O governo tem de conversar com a bancada", disse Pellegrino, que afirmou, entretanto, que o superávit, que deve ser mantido em 4,25% até mais da metade do governo Lula, tem de ser visto dentro de um contexto combinado com o crescimento e o investimento na área social.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), foram na mesma linha.
"Superávit é uma forma de combinar a retomada do crescimento com a manutenção da estabilidade", disse Rebelo.
Suplicy fez uma ressalva: "Contraria o bom senso achar que, para termos estabilidade, temos de negar oportunidade de trabalho para as pessoas". Para ele, pontos como a autonomia do Banco Central ainda têm de ser discutidos. "Já ponderei ao Palocci que tem de ser garantida a autonomia do Congresso", disse.
Coube ao "radical" Lindberg Farias (PT-RJ) subir à tribuna do plenário, em um dia de pouco movimento na Câmara, para atacar a política econômica do Planalto, que, segundo ele, está se submetendo à "ditadura do sistema financeiro". "Vamos ter uma batalha mortal contra o que está nesse programa", disse. Para ele, está caindo por terra o argumento de que a ortodoxia econômica do governo ocorre apenas em um período de "transição".
"É essa situação que a gente critica. Além de ser uma continuidade, vai mais fundo na política errada de FHC", disse Babá (PT-PA), outro deputado "radical".
O deputado José Carlos Aleluia (BA), líder da bancada do PFL, voltou a afirmar que o governo, por ter defendido teses opostas quando era oposição, tem de se redobrar agora na ortodoxia para convencer o mercado. "Eles têm de impor um sacrifício dobrado à sociedade, que vai sempre pagar um preço mais alto em termos de juros, de paralisia de obras e de desemprego", afirmou.
Para Virgílio Guimarães (PT-MG), relator da reforma tributária, o texto não mostra que o governo Lula está mais ortodoxo na área econômica que a gestão anterior. "O novo modelo está nas reformas estruturais, no Fome Zero, na agricultura solidária. A política monetária tem de ser conduzida com rigor", afirmou.


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