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Líder quer explicação de ministro
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA), pretende
chamar os ministros Antônio Palocci Filho (Fazenda) e Guido
Mantega (Planejamento) para explicarem para bancada o documento elaborado pelo Ministério
da Fazenda em que constam diretrizes econômicas do governo.
"O governo tem de conversar
com a bancada", disse Pellegrino,
que afirmou, entretanto, que o superávit, que deve ser mantido em
4,25% até mais da metade do governo Lula, tem de ser visto dentro de um contexto combinado
com o crescimento e o investimento na área social.
O senador Eduardo Suplicy
(PT-SP) e o líder do governo na
Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), foram na mesma linha.
"Superávit é uma forma de
combinar a retomada do crescimento com a manutenção da estabilidade", disse Rebelo.
Suplicy fez uma ressalva: "Contraria o bom senso achar que, para termos estabilidade, temos de
negar oportunidade de trabalho
para as pessoas". Para ele, pontos
como a autonomia do Banco
Central ainda têm de ser discutidos. "Já ponderei ao Palocci que
tem de ser garantida a autonomia
do Congresso", disse.
Coube ao "radical" Lindberg
Farias (PT-RJ) subir à tribuna do
plenário, em um dia de pouco
movimento na Câmara, para atacar a política econômica do Planalto, que, segundo ele, está se
submetendo à "ditadura do sistema financeiro". "Vamos ter uma
batalha mortal contra o que está
nesse programa", disse. Para ele,
está caindo por terra o argumento
de que a ortodoxia econômica do
governo ocorre apenas em um
período de "transição".
"É essa situação que a gente critica. Além de ser uma continuidade, vai mais fundo na política errada de FHC", disse Babá (PT-PA), outro deputado "radical".
O deputado José Carlos Aleluia
(BA), líder da bancada do PFL,
voltou a afirmar que o governo,
por ter defendido teses opostas
quando era oposição, tem de se
redobrar agora na ortodoxia para
convencer o mercado. "Eles têm
de impor um sacrifício dobrado à
sociedade, que vai sempre pagar
um preço mais alto em termos de
juros, de paralisia de obras e de
desemprego", afirmou.
Para Virgílio Guimarães (PT-MG), relator da reforma tributária, o texto não mostra que o governo Lula está mais ortodoxo na
área econômica que a gestão anterior. "O novo modelo está nas reformas estruturais, no Fome Zero, na agricultura solidária. A política monetária tem de ser conduzida com rigor", afirmou.
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