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Economista
critica ênfase na
questão fiscal
DA REPORTAGEM LOCAL
O economista Luiz Gonzaga Belluzzo criticou a prioridade dada pelo governo federal à questão fiscal como
forma de reduzir a dívida
pública do país, que está no
documeto que define as estratégias para a política econômica divulgado anteontem pela Fazenda.
Segundo Belluzzo, a idéia é
semelhante à que foi colocada em prática pelo governo
anterior. "É a mesma idéia
da equipe de Fernando Henrique Cardoso de que basta
focar na situação fiscal para
conseguir a estabilidade
cambial e dos juros", disse
Belluzzo, que auxiliou o PT
durante a transição e é ligado à economista Maria da
Conceição Tavares.
Para ele, é preciso priorizar
também o superávit comercial e equacionar a balança
de pagamento para reduzir a
vulnerabilidade do país.
Analistas do mercado criticaram a adoção de uma política fiscal contracíclica, que permite reduzir a meta de
superávit primário nos anos
em que o crescimento da
economia for menor que o
estabelcido, a partir de 2005.
A idéia foi apresentada na
quinta pelo ministro do Planejamento, Guido Mantega,
e será incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias que
o governo enviará ao Congresso na próxima semana.
Os especialistas consideram que a economia brasileira precisa melhorar sua situação fiscal antes de discutir eventuais reduções no superávit primário.
"Só podemos pensar nisso
quando a relação dívida pública/PIB estiver em torno
dos 40%", disse Sérgio Werlang, ex-diretor de Política
Econômica do BC e membro
da diretoria do banco Itaú.
Segundo Werlang, o Brasil
tem de acabar com sua vulnerabilidade e a única forma
é ter um superávit elevado.
"Qualquer esforço extra na
redução da dívida vale pontos a menos no risco Brasil e,
como consequência, no
câmbio e nos juros", disse
Octávio de Barros, economista-chefe do banco BBV.
O economista Eduardo
Berger, do Lloyds TSB, disse
que a adoção dessa política
só é possível se houver um
sinal de que as contas do governo irão melhorar. "Ainda
há muita incerteza quanto
ao futuro", diz Berger.
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