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São Paulo, sábado, 12 de abril de 2003

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RECADO PETISTA

Ao lado de peruano, Lula diz que presidente manda menos que os membros do primeiro escalão do governo

Ministros precisam de orientação política, diz Lula

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em discurso ao lado do presidente do Peru, Alejandro Toledo, Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que, apesar de o "presidente mandar menos que os ministros", ele deve dar a adequada orientação política a eles. Lula também prometeu que os seus ministros vão trabalhar como "nunca antes trabalharam na vida".
"Eu sei que o presidente manda menos que os ministros, mas eu sei também que os ministros precisam de orientação política. Se nós dois dermos a orientação política correta, vamos fazer em quatro anos o que não foi feito em 40", disse Lula, fazendo referência à relação Brasil/Peru.
Lula -que classificou o Brasil e o Peru de "pobres"- comparou a expressão mundial dos dois países à baixa estatura de seus presidentes, mas disse que o importante é ter a coragem de nascer pequeno e ascender. "Tenho certeza de que, se depender de nossa disposição política, esses nossos ministros irão trabalhar como nunca trabalharam na vida", disse ele, interrompido por risos.
"Vão trabalhar por uma relação que nos coloque no mundo globalizado com mais autoridade moral, competência tecnológica, capacidade produtiva e muito mais respeitabilidade política."

Reuniões
O presidente brasileiro destacou que pretende completar seis reuniões de trabalho com presidentes e ministros da América do Sul até o final do próximo mês. Sua intenção é transformar a região em uma "referência mundial" e "centro de decisão".
"Mesmo reconhecendo que somos países pobres, tratados como países de Terceiro Mundo, se quisermos amanhã ser grandes temos de dar os primeiros passos. Até porque, nem o presidente Toledo nem eu teríamos o tamanho que temos hoje se não tivéssemos nascido pequenos. O importante foi a coragem de nascer", afirmou o presidente Lula.
Toledo também utilizou a comparação dos países às estaturas. "Concordamos que não é quão grande somos, mas o que podemos fazer com as nossas estaturas", disse, dando seguimento à piada feita entre os dois antes dos discursos, quando ficaram ao lado do chanceler peruano, que tem cerca de 1,90 m.
O presidente peruano aproveitou o discurso para reforçar publicamente o pedido feito ao governo brasileiro, de uso dos dados do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) para controlar o narcotráfico e o terrorismo na Amazônia peruana.
Em ponto alto de sua fala, Toledo prometeu que seu país irá apoiar o ingresso do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). "O Peru se sentirá bem representado", disse, aplaudido. A França recentemente manifestou apoio à iniciativa.
Além da aliança estratégica firmada, os dois países se comprometeram a construir uma ponte ligando Assis Brasil (AC) a Iñapari (Peru) até o final de 2004.


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