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Presidente manda
menos que os
ministros, diz Lula
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em discurso ao lado do presidente do Peru, Alejandro Toledo,
Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que apesar de o "presidente
mandar menos que os ministros",
ele deve dar a adequada orientação política a eles. Também prometeu que os seus ministros vão
trabalhar como "nunca antes trabalharam na vida".
"Eu sei que o presidente manda
menos que os ministros, mas eu
sei também que os ministros precisam de orientação política. Se
nós dois dermos a orientação política correta, vamos fazer em
quatro anos o que não foi feito em
40", disse ele se referindo à relação Brasil/Peru.
Lula -que classificou o Brasil e
o Peru de "pobres"- comparou
a expressão mundial dos dois países à baixa estatura de seus presidentes, mas disse que o importante é ter a coragem de nascer pequeno e ascender.
"Tenho certeza de que, se depender de nossa disposição política, esses nossos ministros irão
trabalhar como nunca trabalharam na vida", disse Lula, interrompido por risos.
"Vão trabalhar por uma relação
que nos coloque no mundo globalizado com mais autoridade
moral, competência tecnológica,
capacidade produtiva e muito
mais respeitabilidade política",
afirmou Lula.
Reuniões
O presidente brasileiro destacou
que pretende completar seis reuniões de trabalho com presidentes e ministros da América do Sul
até o final do próximo mês. Sua
intenção é transformar a região
em uma "referência mundial" e
"centro de decisão".
"Mesmo reconhecendo que somos países pobres, tratados como
países de Terceiro Mundo, se quisermos amanhã ser grandes, temos de dar os primeiros passos.
Até porque, nem o presidente Toledo nem eu teríamos o tamanho
que temos hoje se não tivéssemos
nascido pequenos. O importante
foi a coragem de nascer", afirmou
o presidente.
Toledo também utilizou a comparação dos países às estaturas.
"Concordamos que não é quão
grande somos, mas o que podemos fazer com as nossas estaturas", disse, dando seguimento à
piada feita entre os dois antes dos
discursos, quando ficaram ao lado do chanceler peruano, que tem
cerca de 1,90m.
ONU
O presidente peruano aproveitou o discurso para reforçar publicamente o pedido feito ao governo brasileiro, de uso dos dados
do Sivam (Sistema de Vigilância
da Amazônia) para controlar o
narcotráfico e o terrorismo na
Amazônia peruana.
Em ponto alto de sua fala, Toledo prometeu que seu país irá
apoiar o ingresso do Brasil como
membro permanente do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). "O
Peru se sentirá bem representado", disse, aplaudido. A França
recentemente manifestou apoio à
iniciativa.
Além da aliança estratégica firmada, os dois países se comprometeram a construir uma ponte
ligando Assis Brasil (AC) a Iñapari (Peru) até o final de 2004.
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