São Paulo, segunda-feira, 12 de abril de 2004

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PAINEL

Dose de otimismo
No churrasco de aniversário da primeira-dama Marisa, sábado, no Torto, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, esbanjava otimismo. "Não tem como [o país] não crescer de 3,5% a 4%", dizia, desfilando percentuais que pouca gente, até no governo, arrisca bancar.

Festa do interior
A trilha sonora do churrasco foi sertaneja, com sucessos das duplas Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano e João Mineiro e Marciano.

Estranho no ninho
O Planalto está intrigado com a relutância do presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, em demitir o diretor de Abastecimento Rogério Manso da Costa Reis, tido no governo como um fiel escudeiro do PSDB.

Encontro marcado
Lula disse a Eunício Oliveira (Comunicações) que almoça ou janta com o PMDB nesta semana. Antes disso, o ministro desova a indicação para a diretoria dos Correios de um nome indicado pelas bancadas do partido.

Acredite se quiser
A quem lhe pergunta, FHC responde com convicção: não será candidato a presidente em 2006. Mas assume satisfeito a idéia de se transformar no "grande guru" da escolha do nome que os tucanos apresentarão para enfrentar Lula.

Sucesso de público
FHC está todo prosa com a recepção nas ruas. Em um restaurante de São Paulo, a atriz Ana Paula Arósio levantou-se para cumprimentá-lo. Em Porto de Galinhas, no fim de semana, foi aplaudido e deu autógrafos.

Água fria
Por melhor que tenha sido a receptividade a FHC, os tucanos sabem que a realidade é mais complexa. As pesquisas apontam desgaste na imagem de Lula, mas não indicam, ao menos por ora, um sentimento do gênero "eu era feliz e não sabia".

Placar petista
A Presidência rebate afirmação de que o governo editou mais medidas provisórias que FHC. Para o Planalto, foram 76 de Lula contra 102 do tucano, num período de 15 meses para cada um, desde que mudaram as regras das MPs no Congresso.

Nova embalagem 1
São de autoria de Marcelo Teixeira os comercias de televisão do PP de Paulo Maluf. O marqueteiro esteve com Marta Suplicy de 1998 até o ano passado e trabalha para a administração petista de João Paulo no Recife.

Nova embalagem 2
O tom da campanha do pepebista, caso ele decida sair candidato, vai reciclar o antigo bordão "Maluf faz". Em tempos de altas taxas de desemprego, a idéia é mostrar quantos postos de trabalho suas obras criaram.

Volta à ativa
Após o inverno do caso Waldomiro Diniz, José Dirceu retomou as articulações em torno das eleições municipais em São Paulo. A meta é fortalecer o diretório estadual, hoje controlado por seu grupo no PT e alvo da cobiça de adversários internos.

Porta aberta
Para aprovar seu PPP neste mês na Assembléia, Geraldo Alckmin aceita rever pontos da proposta de criação de uma empresa pública com ativos do governo, principal entrave com a oposição. Tucanos temem o enfraquecimento de sua base de apoio em ano eleitoral.

Rota de oposição
A primeira baixa nas fileiras "alckmistas" poderá ser o PSB, que negocia com os petistas a adesão de seus três deputados a um bloco de oposição. Mesmo sem maioria, a frente teria força para emperrar o andamento de projetos do governo na Casa.

TIROTEIO

Do presidente nacional do PT, José Genoino, sobre a seqüência de declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com críticas ao governo Lula:
-É o ego que fala mais alto. Acho bom FHC entrar no debate para discutirmos claramente o crescimento da dívida pública, o modelo de privatizações e a ausência de uma política industrial, heranças dele.

CONTRAPONTO

Operadora de turismo

Em 1976, recém-empossado na Prefeitura de Pindamonhangaba, Geraldo Alckmin encontrou um cabo eleitoral que havia trabalhado em sua campanha.
-Prefeito, estou com um problema. Prometi a um pessoal do meu bairro que, se o senhor vencesse, eu pediria ajuda para que eles conheçam o mar.
Alckmin respondeu que não dispunha de recursos para bancar a viagem. Mas ficou de pensar em uma forma de ajudar.
Pouco tempo depois, recebeu de um empresário de transportes a oferta de um ônibus, sem custos para a prefeitura, para ser usado em projetos de recreação.
Sem demora, o prefeito chamou seu ex-cabo eleitoral, que despachou o grupo para a praia. Dias mais tarde, Alckmin pediu a opinião de uma senhora que fizera o passeio. A resposta deixou-o de queixo caído:
-Foi uma maravilha. E pensar que pagamos tão baratinho!


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