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Sob pressão dos EUA por conta do Irã, Lula vai a cúpula nuclear
Encontro que começa hoje em Washington tem como pano de fundo desejo americano de fazer Teerã abandonar projeto
Agenda não prevê reunião bilateral com Obama, com quem presidente brasileiro deve se encontrar em jantar com outros chefes de Estado
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Sob a sombra da aproximação do Brasil com o Irã e da recusa em assinar o protocolo
adicional do acordo de não proliferação (TNP), o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva participa hoje e amanhã da Cúpula
de Segurança Nuclear convocada pelo presidente dos EUA,
Barack Obama, em Washington. Lula terá encontros bilaterais com líderes de França, Japão, Itália, Turquia e Canadá.
Não está programada reunião separada com Obama
-segundo o Itamaraty, não
houve pedido de nenhum dos
lados. A cúpula foi convocada
para discutir combate ao terrorismo nuclear, mas está permeada pela pressão dos EUA
por apoio ao endurecimento
contra Teerã pela recusa em interromper o programa nuclear.
A percepção de aproximação
entre Lula e o iraniano Mahmoud Ahmadinejad é uma das
principais discussões no Congresso americano quando o assunto é a relação Brasil-EUA.
Lula deverá ir ao Irã em maio.
Em Washington, o presidente brasileiro estará acompanhado pelos ministros Celso
Amorim (Relações Exteriores)
e Nelson Jobim (Defesa). Jobim aproveita a viagem para assinar hoje com seu contraparte
americano, Robert Gates, acordo estratégico de defesa com os
EUA -o primeiro entre os dois
países na área desde 1977.
Também hoje, Lula se reunirá com o premiê da Itália, Sílvio
Berlusconi, para assinar o plano de ação de um acordo estratégico existente entre os dois
países que aborda de educação
a segurança. Em seguida, Lula
recebe o premiê japonês, Yukio
Hatoyama, e o premiê turco,
Recep Tayyip Erdogan. À noite,
terá jantar de trabalho com
Obama e mais de 40 líderes.
Amanhã, Lula terá reuniões
com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e com Stephen
Harper, premiê canadense. A
agenda desses encontros não
foi detalhada.
Em nota, o Itamaraty afirmou que, "para o governo brasileiro, a segurança nuclear é
fundamental para se impulsionar o uso pacífico da energia
nuclear". "O Brasil possui sólida legislação no campo da segurança nuclear e do combate ao
terrorismo", diz o texto.
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