São Paulo, quarta-feira, 12 de maio de 2004

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PAINEL

Punição máxima
A revogação do visto, adotada para Larry Rohter, do "New York Times", é a medida mais extrema prevista na legislação brasileira para estrangeiros. Foi tomada pelo Ministério da Justiça por ordem expressa de Lula.

Pedra no caminho
Inicialmente, a idéia do governo era processar o "NYT" pela reportagem sobre o suposto problema de bebida do presidente. Informado de que a legislação norte-americana protege a liberdade de imprensa, decidiu mandar o jornalista embora.

Que alívio
Do deputado Geddel Vieira Lima (BA), peemedebista porém de oposição, a respeito da decisão de revogar o visto do correspondente do jornal "The New York Times" no Brasil: "Ainda bem que o governo Lula está dando errado. Se desse certo, iríamos todos para o paredão".

Pedra cantada
Servidores em greve do Incra arrumaram uma maneira de matar tempo enquanto provocam o governo petista. O grupo joga animado bingo em frente à sede do órgão em Brasília.

Sala do diretor
João Paulo Cunha planejava colocar hoje em votação a emenda que permite sua reeleição e a de José Sarney. Informado, Lula vetou a iniciativa e chamou o presidente da Câmara para tomar café no Alvorada.

Fogo baixo
A idéia do presidente é cozinhar a emenda da reeleição de maneira a evitar encrenca com algum dos lados do PMDB. João Paulo Cunha, por sua vez, afirma que colocará o projeto em votação na próxima semana.

Casa de ferreiro
Um dos principais oponentes, na bancada petista, da recondução de João Paulo à presidência da Casa, José Eduardo Cardozo foi reeleito para comandar a Câmara paulistana em 2001.

Última hora
Receoso de que a candidatura de Michel Temer venha a ser linha auxiliar de José Serra na eleição paulistana, o Planalto ressuscitou a idéia de oferecer ao presidente do PMDB vaga no STF ou no TCU. A chance de sucesso é mínima. Agora, a barganha ficaria por demais explícita.

Mutirão eleitoral
Lula quer um pente-fino para localizar projetos que ajudem a reeleger Marta Suplicy. A ordem é liberar verbas da Caixa para habitação e saneamento em SP.

Sai pra lá
De Nelson Biondi, publicitário de José Serra em 2002, sobre rumores de que fará a campanha deste ano: "Nem morto". E completa: "Nem a de Serra, nem outra". Também estão no páreo Luiz Gonzalez e Woile Guimarães, hoje responsáveis pelos programas do PSDB nacional.

Espírito leve
Desde que recebeu a notícia do "sim" de Serra, Geraldo Alckmin chama a atenção de auxiliares pelo expressivo bom humor.

Servidor nš 1
Saulo de Castro Abreu Filho, que contava obter 70% dos votos na pré-convenção, diz que contribuirá como lhe for pedido na campanha de Serra. E deixa a porta aberta para futura candidatura. "Gostei do processo."

De grão em grão
Próxima da conclusão, a aliança entre PT e PL em São Paulo deverá acrescentar quase um minuto e meio ao tempo de TV de Marta Suplicy. Diante da possibilidade de acordo entre PSDB e PFL, cada segundo a mais é precioso para a prefeita.

Calendário antecipado
Do prefeito candidato à reeleição no Rio, Cesar Maia (PFL), sobre a entrada de Serra na eleição municipal: "2006 começou".

TIROTEIO

Do ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, sobre a revogação do visto do jornalista Larry Rohter, do "NYT":
-É um ato revelador de caráter obscurantista e stalinista do governo Lula. É assustador que o crítico seja tratado como inimigo e submetido a uma medida justificável apenas quando há ameaça ao país, o que não é o caso da reportagem em questão.

CONTRAPONTO

Honras da casa

Líder do PTB na Assembléia de São Paulo, Campos Machado, um dos principais articuladores da base fiel a Geraldo Alckmin (PSDB) na Casa, foi informado recentemente de que um deputado de seu partido iria ocupar a tribuna do plenário para atacar o governo do Estado.
Imediatamente, Machado ligou para o parlamentar e solicitou que, antes de fazer o discurso, passasse pela liderança do partido para uma conversa.
Em seguida, o líder petebista pediu a assessores que conseguissem um retrato do deputado rebelde. Eles providenciaram. Na parede, a foto foi escondida com um pano.
Quando o rebelde entrou agitado na liderança, ouviu:
-Chamei você porque pretendo inaugurar uma galeria com os grandes nomes do trabalhismo paulista. Você será o primeiro homenageado.
O discurso foi cancelado.


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