São Paulo, sábado, 12 de maio de 2007

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Bento 16 alerta bispos sobre "desvios" sexuais

DA REPORTAGEM LOCAL

Em seu discurso aos bispos brasileiros ontem, o papa Bento 16 afirmou que a Igreja Católica precisa evitar desvios sexuais: "Um bom e assíduo acompanhamento espiritual é indispensável para favorecer o amadurecimento humano e evita o risco de desvios no campo da sexualidade", disse.
O pontífice chamou a atenção do episcopado brasileiro para a "enorme responsabilidade" que eles assumem "como formadores do povo": "Mormente dos vossos sacerdotes e religiosos. São eles vossos fiéis colaboradores". O papa disse que conhecia o empenho com que eles procuravam "formar as novas vocações sacerdotais", mas observa que a formação teológica exige contínua atualização, sempre segundo "o magistério autêntico da igreja".
Ele também fez o elogio do celibato dos sacerdotes, afirmando que este é um "dom que a igreja recebeu e quer guardar, convencida de que ele é um bem para ela e para o mundo".
E deu ênfase à necessidade de boa formação dos fiéis e do clero católicos. "Faço apelo ao vosso zelo sacerdotal e ao sentido de discernimento das vocações, também para saber completar a dimensão espiritual, psico-afetiva, intelectual e pastoral em jovens maduros e disponíveis ao serviço da igreja."
Bento 16 ainda usou o discurso para reiterar sua já manifesta opinião de que há uma "única igreja de Cristo", a Igreja Católica, "governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele". A declaração significa que, para ele, os católicos participam em um patamar diferente e superior no diálogo com outras religiões.
Segundo o papa, com a multiplicação "novas denominações cristãs e, sobretudo diante de certas formas de proselitismo, freqüentemente agressivo, o empenho ecumênico torna-se uma tarefa complexa". Por isso "o grande campo comum de colaboração [entre as religiões] deveria ser a defesa dos valores morais, transmitidos pela tradição bíblica, contra a sua destruição numa cultura relativística e consumista", disse.
O diálogo abordado aqui por Bento 16, no entanto, se restringe às religiões cristãs. Em seguida ao apelo pela defesa dos valores morais, ele deixa claro onde, na sua opinião, eles se expressam de maneira mais forte: "Mais ainda, a fé em Deus criador e em Jesus Cristo, seu filho encarnado".
Para os bispos, o pontífice lembrou ainda a centralidade de Roma -e de sua autoridade- na Igreja Católica, pedindo que eles se apóiem sempre na "fidelidade à Sé de Pedro".


Leia a íntegra do discurso de Bento 16

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