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Tucanos cogitam rifar Yeda e apoiar PMDB
Partido articula apoio ao prefeito José Fogaça na disputa estadual como opção a naufrágio da candidatura tucana à reeleição
Aliança ajudaria ainda a compor o projeto tucano de formar palanques regionais com o PMDB para fortalecer seu candidato ao Planalto
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA (PB)
O PSDB já prepara um "plano
B" eleitoral para o caso de o governo de Yeda Crusius (PSDB-RS) naufragar em meio às denúncias do seu envolvimento e
de assessores importantes com
a suposta utilização de caixa
dois na campanha.
A Folha apurou que, se as
denúncias inviabilizarem eleitoralmente uma eventual tentativa de reeleição de Crusius,
os tucanos poderão apoiar o
prefeito de Porto Alegre, José
Fogaça (PMDB).
Fogaça faz parte do grupo
dos chamados "autênticos" do
PMDB. Ele chegou a integrar o
PPS, mas retornou à legenda
em 2007 para disputar a eleição municipal. Sua ficha foi
abonada pelo senador Pedro
Simon (PMDB-RS), outro peemedebista "histórico".
O eventual apoio ao prefeito
teria o apoio do grupo ligado ao
governador de São Paulo, José
Serra, e atenderia ainda a outro
objetivo do PSDB, que é o de
formar alianças regionais com
o PMDB para fortalecer seu
candidato à Presidência nos
Estados e diminuir o palanque
governista, mesmo na hipótese
de uma aliança formal nacional
entre PT e PMDB.
Reunidos ontem em João
Pessoa para discutir as políticas sociais do atual governo, lideranças do PSDB e do DEM
mantiveram o discurso de
apoio a Yeda.
"O PSDB vai exigir, vai acompanhar o processo e as investigações. Vamos tomar uma posição a partir disso. Não vamos
prejulgar nada", disse o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). "Acho que ela está fazendo
um governo muito corajoso."
Guerra disse que soube da
existência das novas denúncias
contra Crusius na sexta-feira,
por meio de um telefonema da
própria governadora.
Segundo a revista "Veja",
gravações feitas pelo empresário Lair Ferst, um dos coordenadores de campanha estadual
do PSDB, em 2006, mostrariam que as empresas de fumo
Alliance One e CTA-Continental entregaram R$ 400 mil "por
fora" no segundo turno, o que
elas negam.
Para o presidente nacional
do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), o caso Yeda
"tem muita espuma". "Todo
cuidado é pouco", disse ele, sobre a possibilidade de deputados estaduais do partido apoiarem a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar as denúncias.
"A decisão é da bancada estadual, dos deputados, mas eu
alerto que não podemos fazer
nenhum tipo de ação que sirva
de escada para o PT", declarou.
"Não podemos ser trampolim para o PT nem sermos instrumentos de Tarso Genro
[PT]", afirmou Maia -o ministro da Justiça declarou ser pré-candidato do partido ao governo gaúcho no ano que vem.
Convidado especial ao seminário tucano, Aécio Neves, governador mineiro e pré-candidato à Presidência, disse: "O
que vejo no Rio Grande do Sul,
infelizmente, é que a radicalização tem prevalecido sobre a
busca de um convívio entre governo e oposição um pouco
mais equilibrado".
Aécio foi recebido em clima
de campanha eleitoral no evento, o primeiro promovido pelo
partido para debater prioridades de ação num eventual governo tucano. Serra foi representado pelo secretário da
Educação de São Paulo, Paulo
Renato Souza.
Colaborou a Reportagem Local
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