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Câmara tenta achar novo relator para caso Edmar
Sérgio Moraes, que está "se lixando para a opinião pública", reafirma que não sai
Três deputados recusaram
o convite para substituir
colega do PTB, que ameaça
recorrer à CCJ e ao Supremo se for afastado da relatoria
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho de Ética da Câmara se reúne hoje para tentar
encontrar um novo relator do
processo contra o deputado
Edmar Moreira (sem partido-MG) em meio a pelo menos
dois impasses.
Enquanto o presidente do
colegiado, José Carlos Araújo
(PR-BA), cogita ele mesmo assumir o cargo por falta de nomes que se prontifiquem, o
atual relator, deputado Sérgio
Moraes (PTB-RS), continua dizendo que não sai. A pressão
contra Moraes cresceu após ele
dizer que estava "se lixando para a opinião pública".
O deputado gaúcho diz que
levará na reunião de hoje provas que mostram que ele foi
mal interpretado pela imprensa. Ele ameaça ir ao Supremo
Tribunal Federal e à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) se for afastado da relatoria.
Ontem, o terceiro deputado
recusou a relatoria do processo
contra Edmar. Moreira Mendes (PPS-RO) alegou não ter
tempo para assumir o caso. Hugo Leal (PSC-RJ) e Ruy Pauletti
(PSDB-RS) também não aceitaram o convite de Araújo.
No mês passado, a Folha revelou que um terço dos integrantes do conselho emitiu ao
menos 35 passagens para o exterior em seus nomes ou de
terceiros, na cota da Casa.
Moreira Mendes, um dos que
cederam bilhetes, negou ser esse o motivo de sua recusa.
Araújo consultou também
Nazareno Fonteles (PT-PI) e
Pedro Eugênio (PT-PE). Ambos disseram que falariam com
o partido. "Estou tendo dificuldades em encontrar [relator],
mas o Conselho de Ética é uma
missão. Todos que estão aqui
terão que assumir a responsabilidade", disse Araújo.
Ontem, a deputada Solange
Amaral (DEM-RJ), integrante
do conselho, protocolou requerimento pedindo oficialmente
a substituição de Moraes. "A
Câmara e o Conselho de Ética
não podem assistir a tudo isso
de braços cruzados", disse.
Quem assumir a função de
relator terá que levar adiante o
processo que investiga supostas irregularidades no uso da
verba indenizatória por Edmar. Segundo a corregedoria
da Casa, ele usou notas de suas
empresas para justificar gastos,
mas há suspeitas de que os serviços não foram prestados.
Em São Paulo, o presidente
da Câmara, Michel Temer (PT-SP), disse em entrevista ao
"Programa do Jô" que a frase
do deputado sobre opinião pública era pessoal e não do Congresso. Após a gravação, questionado sobre a possível saída
de Moraes, disse: "O presidente
do conselho disse que a tendência é pedir a substituição".
(MARIA CLARA CABRAL)
Colaborou a Reportagem Local
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