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NORDESTE
Stedile, líder do MST, terá de responder a dois inquéritos policiais por organização e incentivo aos furtos
PF abre inquéritos para apurar saques
da Sucursal de Brasília
O ministro
Renan Calheiros
(Justiça) anunciou ontem que
a Polícia Federal
abriu três inquéritos para
apurar o envolvimento de nove integrantes do MST (Movimento do
Trabalhadores Rurais Sem Terra)
na organização e incentivo a saques no Nordeste.
João Pedro Stedile, um dos principais líderes do MST, terá de responder a dois inquéritos policiais.
Caso seja comprovada, durante
a investigação, a participação dos
acusados na incitação aos saques,
a PF pedirá à Justiça Federal a prisão temporária dos envolvidos.
Calheiros anunciou ainda que
outro inquérito, aberto em outubro de 97, foi priorizado. O inquérito investiga a participação de integrantes do MST na invasão do
prédio do Incra (Instituto de Nacional de Colonização e Reforma
Agrária), em Pernambuco.
A prioridade foi pedida, disse o
ministro, porque a invasão contou
com a a participação de algumas
pessoas que também estão sendo
acusadas no caso dos saques.
O primeiro inquérito a que Stedile terá de responder, segundo a
PF, é por ter incitado, publicamente, durante um discurso feito
no Rio, a prática de saques em armazéns públicos e privados.
O outro é por invadir um depósito da Conab, na cidade de Arcoverde (PE), danificando-o e praticando saques com uso de violência, de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Justiça.
O ministro explicou ainda por
que não houve abertura de inquérito sobre membros da igreja que
declararam apoio a saques. Segundo ele, as declarações dos religiosos são de cunho humanitário.
Jaime Amorim, da direção do
MST em Pernambuco e que tem
seu nome envolvido em dois inquéritos, disse que as prisões, se
ocorrerem, não deterão os saques.
Segundo ele, isso será uma prova
de que os saques independem dos
líderes do MST, pois existe um
movimento comunitário de pessoas que estão com fome.
Segundo Amorim, a igreja também faz parte da organização do
movimento contra a fome. "Os
padres dos municípios flagelados
estão no meio do povo faminto e
colaboram com o MST."
Houve abertura de inquérito,
ainda, sobre o envolvimento de
Adalberto Alves da Silva, Luiz Lucas da Silva, Ismael Luiz Cícero da
Silva, Luiz Carlos Ferreira, Mário
de Edinho, Eugênio Gomes da Silva e Givanildo Barros de Lima, todos do MST.
Ontem, o ministério lançou o
"Disque-paz" (0800-610022) -linha telefônica destinada a receber
denúncias contra pessoas que estejam incentivando saques.
(SIMONE CAVALCANTI)
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