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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
PSDB troca Alckmin por Geraldo para conquistar indeciso
Tucanos ampliam equipe de comunicação e usam pesquisa
de opinião para traçar o perfil do eleitor que desejam atrair
Partido quer investir na divulgação do prenome do candidato, de mais fácil
assimilação, para tornar tucano mais íntimo do povo
ENVIADOS A BELO HORIZONTE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Oficializada a candidatura de
Geraldo Alckmin a presidente,
o ex-governador reunirá hoje
sua equipe para uma reestruturação da campanha. Além da
montagem do comitê e da definição da agenda de viagens, o
PSDB vai investir em um terço
do eleitorado ainda indeciso.
O partido encomendou pesquisas qualitativas ao instituto
Vox Populi para identificar esse
eleitor e descobrir como atraí-lo. Hoje, segundo pesquisas já
apresentadas pelo presidente
do instituto, Marcos Coimbra,
um terço do eleitorado brasileiro vota em Luiz Inácio Lula da
Silva. Outro terço é contra sua
reeleição. A fatia restante ainda
não se definiu. Esse eleitor
nunca foi dissecado.
A estratégia agora é traçar o
perfil dos indecisos e convencer esse eleitorado -que já votou em Lula, mas está indefinido- que Alckmin é alternativa
viável contra o presidente.
Nessa nova etapa, a equipe de
comunicação será ampliada, e o
trabalho de construção da imagem do candidato será acompanhado por pesquisas, mesmo a
contragosto de Luiz Gonzalez.
Registrada pelo partido, uma
pesquisa quantitativa foi encomendada para avaliar a situação do candidato em São Paulo.
Deverá ser divulgada nesta semana. Numa reunião com o comando do PSDB, Gonzalez
-que deverá assumir oficialmente a coordenação de comunicação- concordou com a
contratação de institutos para
subsidiar a evolução de seu trabalho, embora resista à idéia.
Segundo tucanos, a idéia é
profissionalizar a comunicação, evitando uma produção
inspirada em intuição e concentrada em Gonzalez. Com as
pesquisas, o PSDB pretende
medir qual deverá ser a dose de
crítica a Lula. O medo é que ataques violentos transformem o
presidente em vítima e afugentem o eleitorado indeciso.
Para conquistá-lo, o partido
vai reivindicar a paternidade
dos programas que levaram à
criação do Bolsa-Família. Seria
para mostrar a seus beneficiários que eles não serão extintos.
Para popularizar o candidato, a campanha deverá optar
por seu prenome nas peças publicitárias. Em vez de Alckmin,
ele será chamado de Geraldo. É
também uma forma de dar ares
de maior intimidade ao pouco
conhecido candidato. Para otimizar o tempo, a sigla recebe
nesta semana o resultado do levantamento das cidades capazes de influenciar municípios
vizinhos. Esses serão os destinos prioritários de Alckmin.
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