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Dilma é o nome do PT para 2010, diz Lula em almoço
Segundo relato, presidente fez declaração durante evento no Palácio do Alvorada
Petista atribui acusações de ex-diretora da Anac contra ministra ao seu suposto favoritismo para ser a candidata do PT em 2010
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ontem a indicação mais clara até agora de que
a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) é o nome do PT para
concorrer às eleições de 2010.
A declaração foi feita durante
almoço no Palácio da Alvorada
que reuniu o governador do Rio
de Janeiro, Sérgio Cabral
(PMDB), o ministro Orlando
Silva (Esporte) e Carlos Arthur
Nuzman, presidente do Comitê
Olímpico Brasileiro, para tratar
da candidatura do Rio às Olimpíadas de 2016.
Segundo relato de um dos
presentes, Lula atribuiu as denúncias da ex-diretora da Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil) Denise Abreu contra Dilma no processo de venda da Varig ao favoritismo da petista para 2010. "Ela é o nome do PT",
disse Lula, segundo um dos
participantes.
O presidente criticou a atenção dada às denúncias feitas
por Denise. Disse que ela era tida como uma pessoa muito difícil, muito delicada, e agora
tentam transformá-la numa
"heroína". Também citou que o
processo de venda da Varig foi
acompanhado pela Justiça fluminense e que, portanto, as
acusações não fazem sentido.
No almoço, Lula ainda fez referência favorável à aliança do
PT com o PC do B no Rio, dobradinha que pode se repetir
em São Paulo. De acordo com
um participante, ele voltou a
elogiar a parceria entre o governo do Rio e o governo federal.
Disse que seria bom se Cabral
conquistasse um segundo mandato. O governador, nos bastidores, já demonstrou desejo de
ser vice de um eventual candidato apoiado por Lula em 2010.
Mais cedo, na breve cerimônia de posse do novo ministro
José Pimentel (Previdência),
Lula fez vários elogios a outro
candidato, Luiz Marinho, que
deixou a pasta para concorrer à
Prefeitura de São Bernardo do
Campo. Lula comentou ter dito
a Marinho que não se candidatasse, mas não o convenceu.
"Esse negócio de ser candidato tem um bichinho, tem
uma comichão que fica coçando nas pessoas, e as pessoas
querem ser." Afirmou que
"muita coisa" foi feita no Ministério da Previdência e citou
o fato de as filas do INSS terem
acabado. Também disse ter se
convencido de que uma reforma da Previdência, para ser
aprovada, "precisa ser feita para a próxima geração".
A cerimônia durou menos de
20 minutos devido à votação da
nova CPMF na Câmara, que começaria logo depois. Vários deputados federais prestigiaram a
posse, como o ex-ministro Antonio Palocci (PT-SP).
No discurso, o presidente Lula sugeriu a Pimentel que trate
os aposentados e pensionistas
"com carinho", mas ressalvou:
"Mas também sabendo que nós
só podemos pagar na hora em
que a gente tiver recursos no
cofre para pagar todos os benefícios que as pessoas têm direito neste país".
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