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PAINEL
Vera Magalhães (interina) @ - painel@uol.com.br
Parceiro infiel
No dia seguinte em que enalteceu o apoio do PMDB
e criticou o PT, o presidente Lula recebeu, na reunião
ministerial, um dado que põe em xeque a importância
conferida na campanha à "coalizão" com os aliados.
Estudo da Secretaria de Relações Institucionais mostra que, nas dez últimas votações de interesse do governo na Câmara, a bancada petista foi a mais fiel, e a
peemedebista, a que teve maior índice de traição.
Segundo um índice que dá notas a cada parlamentar
que votou de acordo (+1) ou contra (-1) o governo, o
PT teve nota 7,16, e o PMDB, -0,52. Traduzindo, o
PMDB anti-Lula teve, em média, 4 votos a mais que o
governista. Só 11 deputados foram "nota 10": desses,
10 petistas e um do PSB, aliado menos prestigiado.
Campo minado. A cúpula governista do PMDB resiste
à idéia de integrar a coordenação de campanha lulista. Há
quem ache que o partido sempre estará em desvantagem
em relação ao PT.
Maracujina. Lula avisou
aos peemedebistas na segunda: não visitará, na campanha,
Estados em que aliados estejam em pé de guerra. "Vou
passar ao largo. Não estou
aqui para administrar crises."
Aceno. Ainda do petista a
um aliado, anteontem, sobre
as proibições da lei eleitoral
para o presidente-candidato:
"Estou com medo de cumprimentar um ministro e já ser
acusado de pedir voto".
Dieta. Lula promete muito,
mas, ao menos no convescote
da Granja do Torto, deu pouco ao PMDB: foram servidos
apenas sanduíches frios e,
ainda assim, tarde. Carlos Bezerra (MT) não agüentou de
fome e foi embora antes.
Front. O PT escolheu o comitê de Lula em São Paulo.
Será na avenida Indianópolis,
zona sul da cidade. A casa, ampla, será base para distribuição de material de campanha
e mobilização e abrigará a
central de pesquisa. Haverá
uma sala para o candidato.
Mochila. Geraldo Alckmin
levou à Europa o estilo "franciscano" de campanha. Além
de viajar só com o ajudante-de-ordens, recebeu os dados
da pesquisa Sensus a bordo do
TGV, o trem de alta velocidade que liga Bruxelas a Paris.
PIB. Em conversa recente,
Alckmin quis saber de Sérgio
Guerra, seu coordenador político, como seria a estratégia
de arrecadação de recursos de
campanha no Nordeste. Ouviu do senador que o melhor é
concentrar esforços mesmo
"na avenida Paulista".
No prelo. O comitê Lula-Requião lança na próxima
terça um jornal para exaltar
"realizações sociais" do presidente e do governador. O
coordenador do grupo, Doático Santos, diz que a tiragem é
de 1 milhão de exemplares.
Interesse. O grupo suprapartidário de apoiadores da
candidatura Lula no Paraná
tem entre os líderes Chico Simeão, empresário ativo no
lobby pela legalização da importação de pneus usados.
O tempo voa. Lula deve
chamar Esperidião Amin (PP)
para seu palanque em Santa
Catarina. Em 2002, o petista
estava com Luiz Henrique
(PMDB), hoje fechado com
Alckmin, e contra o pepista.
Papagaio. Representando a
Câmara num evento em Lisboa, Robson Tuma (PFL-SP)
deixou sua comitiva para se
juntar à de Geraldo Alckmin.
Garantiu uma de suas especialidades: apareceu nas imagens ao lado do tucano.
Família unida. Candidato ao Senado, Guilherme Afif
Domingos (PFL-SP) declarou
patrimônio de R$ 11,7 milhões
à Justiça Eleitoral. Cerca de
R$ 1 milhão se refere a dívidas
de três filhos e um irmão.
Fio condutor. A CPI das
Armas pediu a quebra do sigilo telefônico de 15 advogados
que trabalham para o PCC a
fim de decifrar a logística de
comunicação da facção.
Tiroteio
Lula, que cita tanto sua mãe nos discursos,
deveria pensar no que diria ela se soubesse que
o filho vetou o aumento aos aposentados.
Certamente ela morreria de vergonha.
Do ex-governador ANTHONY GAROTINHO (PMDB) sobre o veto do presidente ao reajuste de 16,6% para aposentadorias.
Contraponto
Serão extra
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) foi a encarregada de fornecer aos ministros detalhes das ações do governo, em todas as áreas, na reunião de ontem.
Para isso, ela lia trechos e consultava um calhamaço
que estava colocado à sua frente. Em determinado momento, cansada, começou a gaguejar e a tropeçar nas palavras. O presidente Lula a interrompeu:
-Dilma, você parece que não dormiu direito. O que você andou fazendo ontem à noite?
Todos riram, inclusive a ministra, que respondeu:
-É verdade, presidente, varei a madrugada. Mas foi só
para terminar esses relatórios todos aqui.
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