São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 2006

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TODA MÍDIA

Nelson de Sá

"Eu não sou um marginal"

Cafu no "Jornal Nacional", "Jornal da Record" etc.:
- Eu gostaria que o povo na rua não me olhasse com aquele olhar de que eu fosse um marginal. Eu não sou.
Era crítica à mídia, como se ouviu dele na CBN, "a imagem que vai ficar não é a que vocês estão tentando passar ao povo, de um cara que nunca venceu na vida".

O desabafo de Cafu ecoou com Ronaldo no "JN" etc. Ele se defendeu, dizendo que "as críticas são exageradas":
- Nunca foi meu principal objetivo bater recorde de não sei quem. O meu objetivo era um só, ganhar a Copa.
Mas de pouco adiantaram os desabafos todos. Ao menos no SBT e na Record, a ironia com os jogadores continuou. O "JN", sem os neomoralistas Galvão Bueno e Pedro Bial, foi finalmente mais contrito.
 
Para registro, o treinador Muricy Ramalho falou à rádio Jovem Pan e fez a defesa, ele também, dos jogadores todos:
- Estão acusando demais o Roberto Carlos. Ele não foi orientado a fazer marcação do Henry. Estava no rebote, para armar o contra-ataque.
Em dia de "outro lado", até Zico, ex-técnico do Japão, saiu defendendo os jogadores brasileiros, na Reuters:
- Quando ganha, todo mundo quer. Por que, quando perde, apenas um ou dois são sacrificados? Falo de cadeira, porque sou crucificado até hoje pela derrota de 86.
 
A Copa já vai longe e Zidane ainda é notícia na Europa, com especialistas em leitura labial identificando de tudo nas palavras de Materazzi.
Para o tablóide "Sun", a ofensa foi "filho de prostituta argelina". Para o "Times", a ofensa foi "filho de prostituta terrorista". Para a rádio BBC, lembrando que no dia a mãe de Zidane estava no hospital, o italiano teria desejado "uma morte horrenda" à família.

Globo/Reprodução
no "SPTV", "o ônibus se despedaçou"

MUITO DO QUE RECLAMAR
Para a Globo, ao menos até o início da noite, "o ônibus estava superlotado". Para ser mais exato, "no momento do acidente, eram 100 a mais do que a capacidade". Para a Record, "estava abarrotado". Para um bombeiro:
- O ônibus continha em torno de 270 pessoas.
Depois a história mudou e culparam o motorista. Mas a Record não deixou passar e fez reportagem mostrando que "gente que anda todo dia de ônibus em São Paulo tem muito do que reclamar". Dos ônibus lotados etc.


A POLÍCIA LIBERTA
Até que demorou a reação depois de semanas de crítica, mas ontem a polícia paulista deu espetáculo no "JN". Abriu a escalada do telejornal, com direito a um apresentador emocionado e tudo mais:
- O fim de um seqüestro de 63 dias. A polícia liberta um menino de seis anos em São Paulo. [Aplausos, imagem dos policiais com o menino, aos gritos:] "Aê, garoto. Vai voltar pra casa, neném." E, depois do reencontro com a família, as lembranças do cativeiro.

PARA AS CÂMERAS
O "SPTV", o telejornal local, destacou como os policiais, de olho na câmera especial para gravação noturna, ligaram e deram o celular ao menino, que sorriu, "oi, papai".
Para registro, a Globo ouviu a criança de seis anos antes do "reencontro com a família".

O FILHO
Também para registro, na seqüência da escalada do "JN", "Ataques de bandidos fazem nova vítima: o filho de um agente penitenciário".



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@ - Nelson de Sá


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