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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Pacote votação
Em reunião ontem, ministros das áreas política e
econômica do governo Lula traçaram estratégia para
tentar conter um início de rebelião na base aliada e
garantir a aprovação da prorrogação da CPMF em
agosto, tão logo o Congresso volte de seu recesso.
Na presença de alguns líderes, Walfrido dos Mares
Guia (Relações Institucionais) disse ter em mãos listas prontas para a distribuição de cargos do segundo
escalão em pelo menos 12 Estados. As nomeações,
afirmou aos aliados, sairão o quanto antes. Paulo Bernardo (Planejamento) informou ter liberado, 20 dias
atrás, as emendas parlamentares reivindicadas pela
base. Ressaltou que falta apenas o sinal verde dos ministérios envolvidos para que o dinheiro saia do cofre.
Alerta. Na noite de terça,
PR, PTB e PP impuseram derrota ao governo na votação de
uma medida provisória e
ameaçaram se juntar à oposição para obstruir a CPMF. Os
três partidos, protagonistas
do mensalão, agora se auto-intitulam "novo centrão".
Tarefa. Aliado de Renan Calheiros (PMDB-AL) na relatoria do Conselho de Ética, Almeida Lima (PMDB-SE) avisou o presidente do Senado
que apresentará hoje vetos ao
roteiro dos outros relatores,
Renato Casagrande (PSB-ES)
e Marisa Serrano (PSDB-MS).
Gota d'água. A tática de
Casagrande e Marisa era evitar o enfrentamento com Almeida Lima, para não dar brechas para atrasos no processo.
Mas o couro comeu no final
da tarde, quando o peemedebista se recusou a participar
da reunião de trabalho.
Day after. Para membros
do Conselho de Ética, as representações feitas pelos advogados de Renan são uma
prévia da estratégia de tentar
anular a investigação no Supremo Tribunal Federal.
Dossiês. Senadores da oposição reclamam que Renan teria pedido ao diretor-geral da
Casa, Agaciel Maia, um rastreamento minucioso nos
gastos dos parlamentares
com verbas do Legislativo.
Operante. Internado em
São Paulo, ACM (DEM-BA)
ligou anteontem duas vezes
para Romeu Tuma (DEM-SP)
pedindo detalhes do bate-boca entre Renan e o líder do
PSDB, Arthur Virgílio (AM).
Pródigo. O líder do governo
no Senado, Romero Jucá
(PMDB), foi abordado ontem
nos corredores da Casa por
uma eleitora de Roraima pedindo dinheiro. Sacou uma
nota de R$ 100 e deu à moça.
Mais prazo. Depois de levar meses para assumir a Secretaria de Planejamento de
Longo Prazo, com status de
ministro, Mangabeira Unger
tirou folga por quatro dias. O
filósofo vai viajar, por "motivos pessoais", para Boston,
sem ônus para o governo.
Revigorado. Integrantes
do ex-Campo Majoritário do
PT, rebatizado de Construindo um Novo Brasil, alardeiam
que o grupo terá 60% dos delegados do congresso do partido, no mês que vem. Trata-se
de um poder de fogo próximo
daquele que o grupo tinha antes da crise do mensalão.
Contestado. Representantes da Mensagem ao Partido,
grupo capitaneado por Tarso
Genro, contestam o cálculo.
Dizem que o ex-Campo Majoritário está colocando sob seu
chapéu delegados que já aderiram à "refundação" do PT,
idéia do ministro da Justiça.
Reforço. Em recente e amistoso encontro em Salvador
(BA), o publicitário Nizan
Guanaes se solidarizou com o
ex-ministro José Dirceu (PT)
e prometeu apoiar a campanha pela anistia da cassação
que o tornou inelegível.
Cotoveladas. Em reunião
anteontem para acertar os últimos detalhes da abertura do
Pan, o prefeito Cesar Maia
(DEM) discutiu com o ministro Orlando Silva (Esportes).
Exigiu ter lugar de destaque
na tribuna das autoridades.
Tiroteio
"O Senado parece a seleção do Dunga: você
liga a TV e não conhece ninguém que está ali."
Do deputado ANDRÉ VARGAS (PT-PR) sobre a elevada quantidade
de suplentes que exercem mandato no lugar de senadores eleitos.
Contraponto
Relaxa
Durante entrevista que concedeu ontem sobre os Jogos
Pan-Americanos, Lula disse não temer que uma eventual
greve de aeroportuários comprometa o evento.
O presidente disse que não se impressiona com ameaças grevistas e lembrou de um incidente ocorrido numa
viagem que fez a Israel.
-Um belo dia um motorista pediu licença e comunicou
que ele, embora fosse servidor público, estava em greve,
então ele ia parar de trabalhar. Aí veio outro e entrou no
lugar-, contou o presidente, que concluiu ao estilo antiestresse da ministra do Turismo, Marta Suplicy.
-Acho isso normal, portanto, não tem nervosismo.
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