São Paulo, quinta-feira, 12 de julho de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Pacote votação

Em reunião ontem, ministros das áreas política e econômica do governo Lula traçaram estratégia para tentar conter um início de rebelião na base aliada e garantir a aprovação da prorrogação da CPMF em agosto, tão logo o Congresso volte de seu recesso.
Na presença de alguns líderes, Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) disse ter em mãos listas prontas para a distribuição de cargos do segundo escalão em pelo menos 12 Estados. As nomeações, afirmou aos aliados, sairão o quanto antes. Paulo Bernardo (Planejamento) informou ter liberado, 20 dias atrás, as emendas parlamentares reivindicadas pela base. Ressaltou que falta apenas o sinal verde dos ministérios envolvidos para que o dinheiro saia do cofre.

Alerta. Na noite de terça, PR, PTB e PP impuseram derrota ao governo na votação de uma medida provisória e ameaçaram se juntar à oposição para obstruir a CPMF. Os três partidos, protagonistas do mensalão, agora se auto-intitulam "novo centrão".

Tarefa. Aliado de Renan Calheiros (PMDB-AL) na relatoria do Conselho de Ética, Almeida Lima (PMDB-SE) avisou o presidente do Senado que apresentará hoje vetos ao roteiro dos outros relatores, Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS).

Gota d'água. A tática de Casagrande e Marisa era evitar o enfrentamento com Almeida Lima, para não dar brechas para atrasos no processo. Mas o couro comeu no final da tarde, quando o peemedebista se recusou a participar da reunião de trabalho.

Day after. Para membros do Conselho de Ética, as representações feitas pelos advogados de Renan são uma prévia da estratégia de tentar anular a investigação no Supremo Tribunal Federal.

Dossiês. Senadores da oposição reclamam que Renan teria pedido ao diretor-geral da Casa, Agaciel Maia, um rastreamento minucioso nos gastos dos parlamentares com verbas do Legislativo.

Operante. Internado em São Paulo, ACM (DEM-BA) ligou anteontem duas vezes para Romeu Tuma (DEM-SP) pedindo detalhes do bate-boca entre Renan e o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM).

Pródigo. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), foi abordado ontem nos corredores da Casa por uma eleitora de Roraima pedindo dinheiro. Sacou uma nota de R$ 100 e deu à moça.

Mais prazo. Depois de levar meses para assumir a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, com status de ministro, Mangabeira Unger tirou folga por quatro dias. O filósofo vai viajar, por "motivos pessoais", para Boston, sem ônus para o governo.

Revigorado. Integrantes do ex-Campo Majoritário do PT, rebatizado de Construindo um Novo Brasil, alardeiam que o grupo terá 60% dos delegados do congresso do partido, no mês que vem. Trata-se de um poder de fogo próximo daquele que o grupo tinha antes da crise do mensalão.

Contestado. Representantes da Mensagem ao Partido, grupo capitaneado por Tarso Genro, contestam o cálculo. Dizem que o ex-Campo Majoritário está colocando sob seu chapéu delegados que já aderiram à "refundação" do PT, idéia do ministro da Justiça.

Reforço. Em recente e amistoso encontro em Salvador (BA), o publicitário Nizan Guanaes se solidarizou com o ex-ministro José Dirceu (PT) e prometeu apoiar a campanha pela anistia da cassação que o tornou inelegível.

Cotoveladas. Em reunião anteontem para acertar os últimos detalhes da abertura do Pan, o prefeito Cesar Maia (DEM) discutiu com o ministro Orlando Silva (Esportes). Exigiu ter lugar de destaque na tribuna das autoridades.

Tiroteio

"O Senado parece a seleção do Dunga: você liga a TV e não conhece ninguém que está ali."


Do deputado ANDRÉ VARGAS (PT-PR) sobre a elevada quantidade de suplentes que exercem mandato no lugar de senadores eleitos.

Contraponto

Relaxa

Durante entrevista que concedeu ontem sobre os Jogos Pan-Americanos, Lula disse não temer que uma eventual greve de aeroportuários comprometa o evento.
O presidente disse que não se impressiona com ameaças grevistas e lembrou de um incidente ocorrido numa viagem que fez a Israel.
-Um belo dia um motorista pediu licença e comunicou que ele, embora fosse servidor público, estava em greve, então ele ia parar de trabalhar. Aí veio outro e entrou no lugar-, contou o presidente, que concluiu ao estilo antiestresse da ministra do Turismo, Marta Suplicy.
-Acho isso normal, portanto, não tem nervosismo.


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