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PSOL decide pedir investigação sobre Renan e cervejaria
Presidente do Conselho de Ética rejeita a inclusão do caso no processo atual e partido anuncia nova representação para agosto
Apuração teria como alvo a suspeita de que o senador teria favorecido a Schincariol após ela ter fechado negócio com um de seus irmãos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PSOL decidiu ontem fazer
uma nova representação no
Conselho de Ética do Senado
contra o presidente da Casa,
para que seja investigada a denúncia de que Renan Calheiros
(PMDB-AL) teria favorecido a
Schincarol. No entanto, o pedido acontecerá só em agosto,
após o recesso parlamentar.
A decisão do partido foi tomada depois de o presidente do
conselho, senador Leomar
Quintanilha (PMDB-TO), ter
negado ontem pedido do PSOL
para incluir no processo contra
Renan essa nova suspeita.
Se o documento apresentado
em agosto for acatado pela Mesa Diretora da Casa, o Conselho
de Ética abrirá um novo processo contra Renan.
Atualmente o órgão investiga
se o presidente do Senado teve
despesas pessoais pagas por um
lobista da empreiteira Mendes
Júnior. O novo processo investigaria suspeita de que Renan
teria favorecido a cervejaria depois de ela ter fechado um negócio com um de seus irmãos.
Segundo reportagem da revista "Veja", a Schincariol comprou por R$ 27 milhões uma fábrica do irmão de Renan, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), em Murici (AL), quando o
negócio estaria prestes a fechar. Segundo a revista, o preço
estaria acima do de mercado.
Após a transação ser concluída,
Renan teria conseguido suspender a cobrança de uma dívida de R$ 100 milhões da cervejaria com o INSS e outra, também milionária, com a Receita.
"Intempestivo"
O presidente do Conselho de
Ética considerou "intempestivo" o pedido de aditamento do
processo feito pelo PSOL e afirmou que ele prejudicaria o andamento dos trabalhos.
"Já foram estabelecidos os limites da lide e o aditamento
apresentado ontem [anteontem] provém de fato estranho
ao processo. Por isso, com a
concordância dos relatores, foi
indeferido", afirmou Quintanilha, em nota divulgada à
imprensa.
O PSOL lamentou a decisão.
"Esperávamos que o conselho
acolhesse o aditamento que fizemos. Não temos outra saída a
não ser apresentar nova representação", disse o senador José
Nery (PSOL-PA).
Desde que a nova suspeita
veio à tona no último final de
semana, os relatores do processo contra Renan não se mostraram dispostos a investigá-la.
Eles tentam empurrar o caso
para a Câmara dos Deputados,
afirmando que seria relativo a
Olavo Calheiros, e não ao presidente do Senado.
Na Câmara, o PSOL deixou
para agosto para entrar com
um pedido no Conselho de Ética da Casa para investigar Olavo Calheiros
O partido planejava fazer as
representações hoje, mas decidiu adiar por dois motivos: quer
a presença da sua presidente
nacional, Heloísa Helena (AL),
no momento do protocolo. Heloísa estaria sem espaço na
agenda para viajar a Brasília.
Além disso, o PSOL quer esperar o possível surgimento de
novas suspeitas. "Queremos
robustecer a representação",
disse o líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ). A Folha
tentou falar ontem com Olavo
Calheiros, mas não conseguiu
contato com o deputado.
(FERNANDA KRAKOVICS E FÁBIO ZANINI)
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