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Tarso diz que conflito é disputa de avaliações
CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Justiça,
Tarso Genro, admitiu ontem que o banqueiro Daniel Dantas poderia deixar
o país, como fez o italiano
Salvatore Cacciola -alvo
atualmente de um pedido
de extradição.
"A possibilidade de fuga
realmente existe", disse
Genro. Para o ministro,
um habeas corpus com
restrição para permanência em território nacional
evitaria a saída de Dantas
do Brasil. "Como ele diz
que é inocente e que vai
provar sua inocência, não
acredito que vá fugir."
O ministro encarou com
"normalidade" a decisão
do presidente do STF, Gilmar Mendes, de mandar
soltar Dantas pela segunda vez, anulando a prisão
preventiva decretada pelo
juiz Fausto De Sanctis. "É
uma disputa de avaliações
jurídicas", avaliou.
Segundo Genro, o novo
habeas corpus não fragiliza a acusação. "Não há juízo sobre a eficácia da prova. A fundamentação está
muito bem feita. A Procuradoria se manifestou e
haverá seguramente a denúncia, que será acolhida."
Genro rejeitou a alegação de Dantas, feita à Folha, de que sua prisão teria
motivação política. "É natural que o réu invoque conotação política, mas isso
é vazio, até porque o réu
diz que tem relações com
todo mundo, com todos os
partidos, e não são relações necessariamente criminosas", afirmou.
O ministro voltou a defender a ação da PF na
Operação Satiagraha. "O
trabalho da Polícia Federal foi muito bem-sucedido. A articulação entre as
pessoas que presumidamente estavam cometendo graves delitos está implodida", disse.
Sobre outras ações deflagradas pela PF ontem,
no Rio Grande do Sul, em
Minas e em Alagoas, Genro disse ser saudável.
"Mostra que há uma ação
policial coordenada, respeitando o direito das pessoas, mas numa pesada luta contra a corrupção e o
crime organizado."
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