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Parte do PSB abandona
Erundina e apóia Marta
CHICO DE GOIS
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A divulgação da pesquisa Datafolha/Band, que mostra que a
candidata do PSB em São Paulo,
Luiza Erundina, não melhorou
seu desempenho no primeiro mês
de campanha, acentuou em alguns candidatos a vereador da
aliança PSB/PMDB o pragmatismo de seguir a campanha sozinhos, sem atrelar-se à socialista.
Erundina passou de 8%, em junho, para 7%, embora a queda esteja dentro da margem de erro, de
dois pontos percentuais.
Ontem, dissidentes do PSB, capitaneados pelo ex-presidente da
executiva municipal, Anísio Batista, lançaram um manifesto intitulado "PSB de coragem está com
Marta para prefeita de São Paulo".
Entre os peemedebistas, vários
candidatos a vereador optaram
por não colocar o nome de Erundina em seus banners e outdoors
e, de forma velada, principalmente em encontros de bairros, pedem votos para a petista Marta
Suplicy e não para a socialista.
A coordenação de campanha de
Erundina tem conhecimento dos
fatos, mas minimiza os prejuízos.
"Está como sempre esteve: o Anísio Batista e seu grupo não estão
no partido, e alguns candidatos
do PMDB fazem campanha para
Marta, mas isso não interfere no
desempenho de Erundina", afirmou Ivan Seixas, coordenador de
comunicação da candidata.
O manifesto dos dissidentes do
PSB afirma que "reeleger Marta
significa não permitir o retorno
das forças de direita à frente da
prefeitura". Batista diz que seu
grupo "representa mais de 60%
da base dos 41 diretórios zonais
do PSB". Ele foi destituído da direção municipal do partido, que
agora é ocupada por pessoas próximas a Erundina. Batista informou que na próxima semana deverá inaugurar um comitê do PSB
em apoio a Marta, no centro.
No PMDB, alguns candidatos
que pediram para manter seus
nomes no anonimato, identificam a campanha de Erundina como "atrasada e sem propostas".
Um deles disse que se limita a
cumprir a lei, que manda os candidatos exibirem o nome da coligação, não do candidato a prefeito. Erundina tem sofrido com a
falta de recursos. Nesta semana, a
Ex-Libris, que fazia assessoria de
imprensa para a campanha, abandonou-a porque estava sem receber havia mais de dois meses.
Presidente nacional do PMDB e
candidato a vice de Erundina, Michel Temer aponta o PT como o
responsável pelas deserções. "O
assédio do PT tem sido muito
grande." Mesmo assim, ele afiança a fidelidade de seus liderados.
"Nossos vereadores estão com a
Erundina. Mas estamos segurando muito", afirma o candidato.
Aos sábados, o PMDB está reunindo Erundina com seus candidatos a vereador. Já houve um encontro na zona sul. Os próximos
serão nas zonas norte e leste.
Ex-peemedebista e agora um
dos coordenadores da campanha
de Marta, o deputado federal Luiz
Antonio Fleury Filho (PTB-SP),
está em campanha para atrair dissidentes. "Estamos criando um
comitê suprapartidário, com PPS
e PMDB", avisa, sem identificar
quem integrará esse comitê.
O presidente do diretório municipal do PT e coordenador da
campanha de Marta, Ítalo Cardoso, prefere não se envolver no debate. Cardoso disse apenas que
não iria comentar.
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