São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Parte do PSB abandona Erundina e apóia Marta

CHICO DE GOIS
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A divulgação da pesquisa Datafolha/Band, que mostra que a candidata do PSB em São Paulo, Luiza Erundina, não melhorou seu desempenho no primeiro mês de campanha, acentuou em alguns candidatos a vereador da aliança PSB/PMDB o pragmatismo de seguir a campanha sozinhos, sem atrelar-se à socialista.
Erundina passou de 8%, em junho, para 7%, embora a queda esteja dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais.
Ontem, dissidentes do PSB, capitaneados pelo ex-presidente da executiva municipal, Anísio Batista, lançaram um manifesto intitulado "PSB de coragem está com Marta para prefeita de São Paulo".
Entre os peemedebistas, vários candidatos a vereador optaram por não colocar o nome de Erundina em seus banners e outdoors e, de forma velada, principalmente em encontros de bairros, pedem votos para a petista Marta Suplicy e não para a socialista.
A coordenação de campanha de Erundina tem conhecimento dos fatos, mas minimiza os prejuízos. "Está como sempre esteve: o Anísio Batista e seu grupo não estão no partido, e alguns candidatos do PMDB fazem campanha para Marta, mas isso não interfere no desempenho de Erundina", afirmou Ivan Seixas, coordenador de comunicação da candidata.
O manifesto dos dissidentes do PSB afirma que "reeleger Marta significa não permitir o retorno das forças de direita à frente da prefeitura". Batista diz que seu grupo "representa mais de 60% da base dos 41 diretórios zonais do PSB". Ele foi destituído da direção municipal do partido, que agora é ocupada por pessoas próximas a Erundina. Batista informou que na próxima semana deverá inaugurar um comitê do PSB em apoio a Marta, no centro.
No PMDB, alguns candidatos que pediram para manter seus nomes no anonimato, identificam a campanha de Erundina como "atrasada e sem propostas". Um deles disse que se limita a cumprir a lei, que manda os candidatos exibirem o nome da coligação, não do candidato a prefeito. Erundina tem sofrido com a falta de recursos. Nesta semana, a Ex-Libris, que fazia assessoria de imprensa para a campanha, abandonou-a porque estava sem receber havia mais de dois meses.
Presidente nacional do PMDB e candidato a vice de Erundina, Michel Temer aponta o PT como o responsável pelas deserções. "O assédio do PT tem sido muito grande." Mesmo assim, ele afiança a fidelidade de seus liderados. "Nossos vereadores estão com a Erundina. Mas estamos segurando muito", afirma o candidato.
Aos sábados, o PMDB está reunindo Erundina com seus candidatos a vereador. Já houve um encontro na zona sul. Os próximos serão nas zonas norte e leste.
Ex-peemedebista e agora um dos coordenadores da campanha de Marta, o deputado federal Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), está em campanha para atrair dissidentes. "Estamos criando um comitê suprapartidário, com PPS e PMDB", avisa, sem identificar quem integrará esse comitê.
O presidente do diretório municipal do PT e coordenador da campanha de Marta, Ítalo Cardoso, prefere não se envolver no debate. Cardoso disse apenas que não iria comentar.


Texto Anterior: Marta anuncia CEUs da saúde e Serra critica
Próximo Texto: Lula festeja Datafolha; FHC destaca vitória de Serra no segundo turno
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.