DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O presidente do INSS, Carlos Bezerra, 63, diz que não teve as despesas de campanha pagas pela empresa Vip Factoring, de João Arcanjo Ribeiro: "Esse cara [Arcanjo] inclusive não gosta de mim. Quando fui governador do Estado [de Mato Grosso, 1987-1990], fechei o bingo dele, o cassino dele e não funcionou nada", afirmou.
Ele disse que seu cheque de R$ 1,1 milhão teve "uso indevido", sem ele saber, pelo comitê responsável pela sua campanha à reeleição em 2002, do senador Antero Paes de Barros (PSDB), ao governo estadual, e de Dante de Oliveira (PSDB-MT), a senador.
"Eu nunca tive negócio com a Gráfica [e Editora Centro Oeste, que apresentou o cheque na factoring]. Esse cheque, segundo o pessoal do comando da campanha, era para fazer operação para ajudar a viabilizar a campanha. Nunca imaginei que seria com esse bicheiro."
Bezerra diz que entregou o cheque a "Nico Triunfo [empresário João Vilar Garcia], do comitê de campanha".
O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) disse que a sua campanha em 2002 ao governo de Mato Grosso não recebeu cheques de Bezerra. "É molecagem dele. Eu não tenho que explicar cheques do senhor Carlos Bezerra." "O Nico [Triunfo] nunca foi coordenador [da campanha]. É meu amigo. Estudou comigo em Lins [SP]. Não tinha nenhuma função no comitê financeiro", afirmou. "Esse cidadão aí [Bezerra] cuidou apenas do PMDB dele. Era candidato a senador na nossa chapa e cuidou só do PMDB dele. [...] Aliás, Bezerra tem de explicar muita coisa. Não é só esse cheque."
Dante de Oliveira (PSDB-MT)não telefonou de volta.
O empresário João Dorileo Leal, dono da Gráfica e Editora Centro Oeste, disse nunca ter feito empréstimos nas factoring de João Arcanjo Ribeiro para bancar a campanha de Antero, a quem se refere como amigo. (HC)


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