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AGENDA NEGATIVA
Delegados da PF chamam gestão Lula de "tirana"
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A paralisação de 24 horas feita
anteontem pela Polícia Federal no
Rio Grande do Sul teve apoio da
Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal por intermédio de uma nota criticando o
governo federal, apontando "radicalismo" nas suas relações e o
acusando de ignorar a categoria.
A nota cogita a possibilidade de
uma "reação mais enérgica" por
parte dos policiais em todo o país
para combater a "tirania" e a "indiferença". Entre outras medidas,
podem estar incluídas novas paralisações. "[O governo] está ignorando uma instituição vital para uma efetiva política de segurança pública. O processo de enfraquecimento e esvaziamento da
Polícia Federal virou rotina, até
mesmo com usurpação de funções, falta de verba e pagamento
de juros de empréstimos de recursos não utilizados", diz a nota.
"Se o próprio governo federal
não respeita a Polícia Federal, não
serão os bandidos, os corruptos,
os quadrilheiros, os expropriadores da nação, os fomentadores da
miséria que irão fazê-lo."
A federação continua: "Com indiferença, prepotência, falta de
respeito, falta de dignidade e até
com certo sarcasmo, os porta-vozes do governo federal não estão
reconhecendo o papel das entidades de classe da PF".
Em consonância com os gaúchos, que protestaram contra o
que definem como "desrespeito",
a nota diz ser a paralisação o começo de uma possível série de
mobilizações.
"É apenas o primeiro ato, que
poderá se repetir noutros Estados
de forma isolada ou em conjunto,
contra a tirania oficial. É ela que
está empurrando o relacionamento entre a Polícia Federal e o
governo federal para o radicalismo", diz a nota.
Procurados pela Agência Folha,
o Ministério da Justiça e a Polícia
Federal não se manifestaram sobre o assunto.
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