São Paulo, sábado, 12 de agosto de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

No Rio, Lula diz que oposição virá com "historinha de ética"

Presidente afirma que PT não deve temer debate e que não levará desaforo para casa

Em ato com evangélico Marcelo Crivella (PRB), petista diz que Rio precisa de governador que tenha compromisso com Deus


DA SUCURSAL DO RIO

Em seu primeiro comício com petistas no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a eleição está sendo tratada como "guerra", que os adversários virão com "historinha de ética" e conclamou os militantes reunidos ontem à noite em Niterói a não levarem "desaforo para casa".
"Estamos numa eleição, mas nossos adversários estão tratando isso como guerra. Eles não têm como debater conosco na área econômica, na área social, não têm como debater conosco em nada. Eles vão vir com a historinha da ética, e nenhum de nós tem que ter medo de debater ética. O que nós não podemos aceitar é algum de nós levar desaforo para casa", discursou o presidente para as cerca de 5.000 pessoas.
A declaração do presidente foi feita momentos após ele ter elogiado o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral (PSB), citado pelo deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) como envolvido no fornecimento de ônibus para projetos fraudulentos de inclusão digital. Amaral pediu a cassação de Gabeira. Lula elogiou a "atitude corajosa" de Amaral, por "ter ido ao Congresso Nacional defender o PSB quando foi atacado".
Sobre os sanguessugas, Lula disse que a máfia começou a atuar antes de seu governo. "O processo do sanguessuga começou lá atrás. Nós estamos levantando o tapete. O povo tem que saber que esse país só vai ser um país de verdade quando a gente tiver coragem de espremer esse tumor da corrupção."
Ele disse que, embora estivesse ali na condição de candidato, sentia-se "meio presidente"". Afirmou ainda ser contra a reeleição. "Se dependesse de mim, não tinha reeleição, porque não gosto de reeleição."
Depois de pedir votos para o candidato do PT ao governo, Vladimir Palmeira, seguiu para o centro do Rio, para comício de Marcelo Crivella, do PRB do vice-presidente José Alencar.
Diante de um público evangélico, o presidente falou em Deus e pediu voto para Crivella, bispo da Igreja Universal.
"Fico imaginando quando Deus criou o mundo e ele pensou: "Essa vai ser a cidade mais bonita do mundo". Mas para o Rio compensar a genialidade de Deus, é preciso escolher alguém que tenha compromisso com Deus para poder voltar a fazer o Rio ser um Estado mais bem administrado", disse.
"Cada um de vocês tem de sair daqui com o compromisso de até 30 de setembro pedir voto para o Crivella. Vamos conversar com o vizinho e convencê-lo. Se ele falar: "Não, vou votar no Vladimir", tá, tudo bem, vota no Vladimir. Mas, se ele falar "vou votar nos outros", a gente fala não. Aí, não, que é jogar o voto fora!", completou.
Crivella aparece em segundo no último Datafolha, com 19%, contra 42% de Sérgio Cabral (PMDB). Vladimir tem 2%. (SERGIO TORRES E RAPHAEL GOMIDE)


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