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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
No Rio, Lula diz que oposição virá com "historinha de ética"
Presidente afirma que PT não deve temer debate e que não levará desaforo para casa
Em ato com evangélico Marcelo Crivella (PRB), petista diz que Rio precisa de governador que tenha compromisso com Deus
DA SUCURSAL DO RIO
Em seu primeiro comício
com petistas no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) afirmou que a eleição está
sendo tratada como "guerra",
que os adversários virão com
"historinha de ética" e conclamou os militantes reunidos ontem à noite em Niterói a não levarem "desaforo para casa".
"Estamos numa eleição, mas
nossos adversários estão tratando isso como guerra. Eles
não têm como debater conosco
na área econômica, na área social, não têm como debater conosco em nada. Eles vão vir
com a historinha da ética, e nenhum de nós tem que ter medo
de debater ética. O que nós não
podemos aceitar é algum de
nós levar desaforo para casa",
discursou o presidente para as
cerca de 5.000 pessoas.
A declaração do presidente
foi feita momentos após ele ter
elogiado o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral (PSB), citado pelo deputado
Fernando Gabeira (PV-RJ) como envolvido no fornecimento
de ônibus para projetos fraudulentos de inclusão digital. Amaral pediu a cassação de Gabeira.
Lula elogiou a "atitude corajosa" de Amaral, por "ter ido ao
Congresso Nacional defender o
PSB quando foi atacado".
Sobre os sanguessugas, Lula
disse que a máfia começou a
atuar antes de seu governo. "O
processo do sanguessuga começou lá atrás. Nós estamos levantando o tapete. O povo tem
que saber que esse país só vai
ser um país de verdade quando
a gente tiver coragem de espremer esse tumor da corrupção."
Ele disse que, embora estivesse ali na condição de candidato, sentia-se "meio presidente"". Afirmou ainda ser contra a
reeleição. "Se dependesse de
mim, não tinha reeleição, porque não gosto de reeleição."
Depois de pedir votos para o
candidato do PT ao governo,
Vladimir Palmeira, seguiu para
o centro do Rio, para comício
de Marcelo Crivella, do PRB do
vice-presidente José Alencar.
Diante de um público evangélico, o presidente falou em
Deus e pediu voto para Crivella,
bispo da Igreja Universal.
"Fico imaginando quando
Deus criou o mundo e ele pensou: "Essa vai ser a cidade mais
bonita do mundo". Mas para o
Rio compensar a genialidade de
Deus, é preciso escolher alguém que tenha compromisso
com Deus para poder voltar a
fazer o Rio ser um Estado mais
bem administrado", disse.
"Cada um de vocês tem de
sair daqui com o compromisso
de até 30 de setembro pedir voto para o Crivella. Vamos conversar com o vizinho e convencê-lo. Se ele falar: "Não, vou votar no Vladimir", tá, tudo bem,
vota no Vladimir. Mas, se ele falar "vou votar nos outros", a gente fala não. Aí, não, que é jogar o
voto fora!", completou.
Crivella aparece em segundo
no último Datafolha, com 19%,
contra 42% de Sérgio Cabral
(PMDB). Vladimir tem 2%.
(SERGIO TORRES E RAPHAEL GOMIDE)
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