Grupo de ex-prefeito diz que "nem sempre" ele pode acompanhar presidenciável

Antes, roteiro no Estado era discutido entre as duas campanhas; agora, Alckmin definirá sua agenda, e Serra decidirá se irá aos eventos

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A propalada parceria entre os candidatos do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, e ao governo de São Paulo, José Serra, não resistiu às pesquisas de opinião. Por absoluta incompatibilidade de interesses, Alckmin e Serra não terão mais planejamento conjunto de agenda no Estado, como vinha acontecendo até ontem.
Após amargar perda de seis pontos percentuais em 21 dias no Sudeste, segundo o Datafolha, Alckmin intensificará suas atividades em São Paulo, até porque terá de se dedicar ao programa de rádio e TV.
Disposto a produzir fatos para aparição no "Jornal Nacional", da Rede Globo, ele irá às ruas nos intervalos entre as gravações.
Na confortável liderança, Serra tem evitado se expor, cumprindo agenda mínima na campanha. Serra resistiu até à idéia de participar de um almoço promovido pela Fiesp (Federação da Indústria de São Paulo), no dia 21.
A expectativa dos alckmistas era que, após sofrer uma previsível queda nas pesquisas, Serra investisse em campanha de rua. Como a perda não foi tão acentuada, desde ontem, foi alterado o modelo de programação de atividades no Estado.
Até ontem, a agenda era discutida entre Alckmin e o coordenador-geral da campanha de Serra, José Henrique Lobo. Agora, Lobo é informado do roteiro pelo comando da campanha de Alckmin, em Brasília. Cabe a Serra decidir se engrossa ou não a atividade.
Foi assim ontem, na visita de Alckmin a Santo Amaro (Zona Sul). Outra atividade já pré-agendada pela campanha de Alckmin é um ato com a Força Sindical, na terça-feira.
"A agenda é feita em Brasília. Receberei de lá o roteiro. Nem sempre Serra poderá acompanhá-lo", disse Lobo.
Lobo diz que essa pode ser uma "mudança circunstancial". Mas admite: "As campanhas têm características muito distintas".
A equipe de Alckmin mapeou sua situação em São Paulo. Pela análise, Alckmin teve uma queda média de seis pontos em todo o Estado. Mas sofreu perda maior em Campinas e na região do ABCD, incluindo Mauá.
A diferença de estratégia dos dois ficou evidente na quinta-feira, quando Alckmin desafiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a participar dos debates. Na véspera, Serra havia faltado ao promovido pela Rede Bandeirantes.


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