|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Demora de envio de documento atrasa parecer
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Considerado peça-chave
para o desfecho do processo
contra Renan Calheiros
(PMDB-AL), no Conselho de
Ética, o laudo do Instituto
Nacional de Criminalística,
subordinado à Polícia Federal, não ficará pronto na próxima terça, como previsto.
A expectativa dos relatores
do processo no conselho é de
que o parecer seja concluído
entre quinta e sexta. Os motivos do atraso são a demora
no envio de documentos e a
falta de alguns registros. Os
peritos ainda não conseguiram dar uma resposta clara
às duas questões centrais da
lista de 30 enviada pelos relatores: 1) Renan tinha dinheiro suficiente na conta
para arcar com os pagamentos das pensões no período?
2) Há registros de saques ou
movimentação bancária entre ele e Mônica Veloso?
Esses são os "quesitos" números 24 e 25 da lista. Após
duas semanas de análise, esses dois questionamentos foram apontados como o eixo
do futuro parecer. Há dificuldades para chegar a uma resposta conclusiva. Por isso os
sucessivos apelos dos peritos
para que os relatores conseguissem mais papéis relacionados ao caso. O último calhamaço de documentos, que contém cópias de cheques
supostamente pagos ao senador, foi entregue ao conselho na sexta e ainda não chegou às mãos da PF.
A principal lacuna apontada é que não havia data fixa
para o pagamento da pensão
alimentícia -Mônica Veloso
não apresentou documentos. Assim, é difícil mapear o
suposto caminho dos R$ 12
mil mensais de Renan até a
conta da jornalista.
Há quesitos, porém, praticamente respondidos, especialmente os que tratam sobre a autenticidade de papéis como GTAs (Guia de Trânsito Animal) e registros de vacinação. Até agora, não foram constatados indícios de fraudes nestes documentos.
Há ressalva para responder a questão número sete,
que indaga se é possível afirmar que as operações de venda de gado descritas nas notas fiscais ocorreram como descritas. A tendência é que a
resposta seja que havia montantes similares na conta
bancária aos que Renan diz
ter obtido com gado, mas não
se pode assegurar a forma
como ocorreram.
Na última quinta, o conselho atendeu a um pedido dos
peritos e despachou ofícios
cobrando cerca de 60 documentos referentes aos anos
anteriores a 2003, ou seja, ao
nascimento da filha de Renan com Mônica. Trata-se de
cópias de registros de vacinação e inspeção sanitária nas
fazendas, além de certificado
de produtor rural.
O objetivo é checar se o senador tinha histórico de criador de gado.
Os técnicos também consideram que há falta de registros sobre as empresas compradoras de gado e, por isso, é complicado atestar se eram
de "fachada".
(ANDRÉA MICHAEL e SILVIO NAVARRO)
Texto Anterior: Renan volta a distribuir ameaças veladas Próximo Texto: Rádio: Usineiro afirma que foi sócio de Renan Índice
|