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Antropólogos preferem dar laudo à Justiça
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da ABA
(Associação Brasileira de
Antropologia), Luiz Roberto Cardoso de Oliveira,
diz que os antropólogos se
sentiriam mais confortáveis se o pedido do laudo
sobre os cintas-largas partisse da Justiça, e não do
Ministério Público, que
tem papel de acusação.
O procurador da República Svamer Adriano Cordeiro, que comanda as investigações sobre o massacre dos garimpeiros, diz
que o Ministério Público
Federal tem um papel duplo, pois ao mesmo tempo
em que faz a acusação, tem
o dever constitucional de
defender os interesses dos
índios.
Para a antropóloga Maria de Fátima Machado,
indicada pela ABA como
uma das profissionais aptas a fazer o laudo, não há
antropólogo com conhecimento profundo sobre os
cintas-largas, além de
João Dal Poz Neto. ""Até
hoje, eles têm imensa dificuldade de falar o português, e, por isso, é um trabalho difícil. Como eu
nunca trabalhei com estes
índios, sugeri a coordenação do Dal Poz. Senão, o
trabalho pode levar anos
para ser concluído."
Segundo a antropóloga,
o importante para a produção do laudo é saber se a
morte dos garimpeiros é
entendida pela cultura indígena da mesma forma
que pela nossa. Dal Poz diz
que recusou fazer o laudo
por problemas pessoais, e
não pelo fato de poder ser
usado na acusação.
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