São Paulo, domingo, 12 de agosto de 2007

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Antropólogos preferem dar laudo à Justiça

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da ABA (Associação Brasileira de Antropologia), Luiz Roberto Cardoso de Oliveira, diz que os antropólogos se sentiriam mais confortáveis se o pedido do laudo sobre os cintas-largas partisse da Justiça, e não do Ministério Público, que tem papel de acusação.
O procurador da República Svamer Adriano Cordeiro, que comanda as investigações sobre o massacre dos garimpeiros, diz que o Ministério Público Federal tem um papel duplo, pois ao mesmo tempo em que faz a acusação, tem o dever constitucional de defender os interesses dos índios.
Para a antropóloga Maria de Fátima Machado, indicada pela ABA como uma das profissionais aptas a fazer o laudo, não há antropólogo com conhecimento profundo sobre os cintas-largas, além de João Dal Poz Neto. ""Até hoje, eles têm imensa dificuldade de falar o português, e, por isso, é um trabalho difícil. Como eu nunca trabalhei com estes índios, sugeri a coordenação do Dal Poz. Senão, o trabalho pode levar anos para ser concluído."
Segundo a antropóloga, o importante para a produção do laudo é saber se a morte dos garimpeiros é entendida pela cultura indígena da mesma forma que pela nossa. Dal Poz diz que recusou fazer o laudo por problemas pessoais, e não pelo fato de poder ser usado na acusação.


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