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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Movido a carvão
Reunido ontem, o conselho político de Lula concluiu que "ações de governo", mais do que eventos de
campanha, serão capazes de melhorar a situação do
presidente-candidato no Rio Grande do Sul, um dos
poucos Estados onde Geraldo Alckmin lidera.
A ordem é acelerar o anúncio de uma grande obra
no Estado, quinto colégio eleitoral do país. Trata-se
da fase C da usina de Candiota, de produção termelétrica a partir de carvão mineral. A nova unidade da
usina, da estatal federal CGTEE (Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica), será construída a
partir de convênio com a China. O início das obras estava previsto para julho, mas ainda não aconteceu.
Não vale. A cada cinco minutos, o locutor que acompanhou a carreata de Geraldo
Alckmin com Maria Abadia e
Joaquim Roriz (PMDB), em
Brasília, alertava o público:
"Pessoal, não vamos acreditar
em pesquisa fajuta!". Assim
como o presidenciável, a governadora está em segundo
lugar, bem atrás do favorito
José Roberto Arruda (PFL).
Antiecológica. Realizada
no domingo -dia de Brasília
esvaziada, ainda mais com o
feriado-, a carreata de Alckmin chamou a atenção pela
quantidade de galhos arrancados pelo carro de som. A todo momento o tucano se abaixava para não ser atingido.
Voto feminino. Do governador de Minas Gerais,
Aécio Neves, ao fim de uma
agenda de campanha em Teófilo Otoni, ao lado de Alckmin:
"Vocês não viram nada. Além
de suado e descabelado, estou
cheio de unhadas."
Padrão Aécio. A piada de
que o Espírito Santo é litoral
de Minas pode ser estendida à
política. O governador Paulo
Hartung (PMDB) alcança índices semelhantes ao do vizinho: subiu de 65% para 69%,
segundo o último Ibope.
Novato. Na eleição para o
Senado, o ex-líder do PSB na
Câmara, Renato Casagrande,
cresceu sete pontos em 13
dias e lidera, com 36%. Para
ultrapassar o veterano Max
Mauro (PTB), com quem estava empatado, colou sua
imagem à de Hartung.
Estillo. Fernando Collor
(PRTB) retomou o figurino
"ritmo de aventura" que caracterizou algumas de suas
ações na Presidência da República. Em campanha por
uma vaga no Senado, ele mesmo pilota o helicóptero pintado com seu número eleitoral e
joga santinhos do ar.
Foguete. Em pesquisa publicada no fim de semana pelo
jornal da família do ex-presidente, "A Gazeta de Alagoas",
e feita pelo instituto Gape,
também pertencente ao grupo, Collor aparece na liderança, com 36%, contra 32% do
ex-governador Ronaldo Lessa
(PSB). Isso três dias depois de
ter se lançado candidato.
Bololô. Nova pesquisa feita
pelo Ibope sobre a disputa pelo Senado na Bahia dá 29% a
João Durval (PDT), 24% a Antonio Imbassahy (PSDB) e
16% a Rodolpho Tourinho
(PFL), o candidato de Antonio Carlos Magalhães.
Pé frio. Álvaro Dias (PSDB-PR) pôs em sua propaganda
de TV um depoimento de
apoio gravado por Pelé. Desde
então, os adversários do candidato ao Senado não se cansam de lembrar da fama de
mau palpiteiro do ex-jogador.
Outro lado. O vereador
paulistano Antonio Carlos
Rodrigues (PL) afirma que
seu projeto para proibir os
munícipes de subirem em vasos sanitários, vetado pelo
Executivo, foi apresentado a
pedido do HC e tinha por objetivo reduzir acidentes.
Visita à Folha. Andrés
Valencia, embaixador do México no Brasil, visitou ontem a
Folha. Estava acompanhado
de Salvador Arriola, cônsul-geral em São Paulo.
Tiroteio
"Ao acusar o presidente de ser "o novo Adhemar
de Barros", Francisco Weffort, que durante
anos serviu a Lula no PT, revela que é o
Macunaíma dos sociólogos brasileiros."
Do candidato a deputado estadual RUI FALCÃO (PT-SP) sobre o ex-ideólogo petista, que deixou o partido para ser ministro de FHC e hoje
afirma que Lula é adepto do "rouba mas faz".
Contraponto
Balaio de gatos
O deputado José Eduardo Cardozo (PT) fazia panfletagem no Brooklin, bairro da zona sul paulistana, quando
foi abordado por uma eleitora:
-Muito me admira ver o senhor fazer campanha para o
Geraldo Alckmin!- disse ela, apontando para o folheto.
Na foto de campanha, Cardozo aparecia ao lado de Carlos Neder (PT), candidato a deputado estadual que lembra
fisicamente o tucano. Cardozo tentou explicar:
-Este é nosso. É do PT. É o Carlos Neder!
Ao ouvir o nome, ela se mostrou ainda mais indignada:
-O quê?! O sanguessuga?! Tenha paciência!
Cansado, Cardozo desistiu de explicar à mulher que não
se tratava do quase homônimo Carlos Nader (PL-RJ).
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