São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Movido a carvão

Reunido ontem, o conselho político de Lula concluiu que "ações de governo", mais do que eventos de campanha, serão capazes de melhorar a situação do presidente-candidato no Rio Grande do Sul, um dos poucos Estados onde Geraldo Alckmin lidera.
A ordem é acelerar o anúncio de uma grande obra no Estado, quinto colégio eleitoral do país. Trata-se da fase C da usina de Candiota, de produção termelétrica a partir de carvão mineral. A nova unidade da usina, da estatal federal CGTEE (Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica), será construída a partir de convênio com a China. O início das obras estava previsto para julho, mas ainda não aconteceu.

Não vale. A cada cinco minutos, o locutor que acompanhou a carreata de Geraldo Alckmin com Maria Abadia e Joaquim Roriz (PMDB), em Brasília, alertava o público: "Pessoal, não vamos acreditar em pesquisa fajuta!". Assim como o presidenciável, a governadora está em segundo lugar, bem atrás do favorito José Roberto Arruda (PFL).

Antiecológica. Realizada no domingo -dia de Brasília esvaziada, ainda mais com o feriado-, a carreata de Alckmin chamou a atenção pela quantidade de galhos arrancados pelo carro de som. A todo momento o tucano se abaixava para não ser atingido.

Voto feminino. Do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, ao fim de uma agenda de campanha em Teófilo Otoni, ao lado de Alckmin: "Vocês não viram nada. Além de suado e descabelado, estou cheio de unhadas."

Padrão Aécio. A piada de que o Espírito Santo é litoral de Minas pode ser estendida à política. O governador Paulo Hartung (PMDB) alcança índices semelhantes ao do vizinho: subiu de 65% para 69%, segundo o último Ibope.

Novato. Na eleição para o Senado, o ex-líder do PSB na Câmara, Renato Casagrande, cresceu sete pontos em 13 dias e lidera, com 36%. Para ultrapassar o veterano Max Mauro (PTB), com quem estava empatado, colou sua imagem à de Hartung.

Estillo. Fernando Collor (PRTB) retomou o figurino "ritmo de aventura" que caracterizou algumas de suas ações na Presidência da República. Em campanha por uma vaga no Senado, ele mesmo pilota o helicóptero pintado com seu número eleitoral e joga santinhos do ar.

Foguete. Em pesquisa publicada no fim de semana pelo jornal da família do ex-presidente, "A Gazeta de Alagoas", e feita pelo instituto Gape, também pertencente ao grupo, Collor aparece na liderança, com 36%, contra 32% do ex-governador Ronaldo Lessa (PSB). Isso três dias depois de ter se lançado candidato.

Bololô. Nova pesquisa feita pelo Ibope sobre a disputa pelo Senado na Bahia dá 29% a João Durval (PDT), 24% a Antonio Imbassahy (PSDB) e 16% a Rodolpho Tourinho (PFL), o candidato de Antonio Carlos Magalhães.

Pé frio. Álvaro Dias (PSDB-PR) pôs em sua propaganda de TV um depoimento de apoio gravado por Pelé. Desde então, os adversários do candidato ao Senado não se cansam de lembrar da fama de mau palpiteiro do ex-jogador.

Outro lado. O vereador paulistano Antonio Carlos Rodrigues (PL) afirma que seu projeto para proibir os munícipes de subirem em vasos sanitários, vetado pelo Executivo, foi apresentado a pedido do HC e tinha por objetivo reduzir acidentes.

Visita à Folha. Andrés Valencia, embaixador do México no Brasil, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Salvador Arriola, cônsul-geral em São Paulo.

Tiroteio

"Ao acusar o presidente de ser "o novo Adhemar de Barros", Francisco Weffort, que durante anos serviu a Lula no PT, revela que é o Macunaíma dos sociólogos brasileiros."
Do candidato a deputado estadual RUI FALCÃO (PT-SP) sobre o ex-ideólogo petista, que deixou o partido para ser ministro de FHC e hoje afirma que Lula é adepto do "rouba mas faz".

Contraponto

Balaio de gatos

O deputado José Eduardo Cardozo (PT) fazia panfletagem no Brooklin, bairro da zona sul paulistana, quando foi abordado por uma eleitora:
-Muito me admira ver o senhor fazer campanha para o Geraldo Alckmin!- disse ela, apontando para o folheto.
Na foto de campanha, Cardozo aparecia ao lado de Carlos Neder (PT), candidato a deputado estadual que lembra fisicamente o tucano. Cardozo tentou explicar:
-Este é nosso. É do PT. É o Carlos Neder!
Ao ouvir o nome, ela se mostrou ainda mais indignada:
-O quê?! O sanguessuga?! Tenha paciência!
Cansado, Cardozo desistiu de explicar à mulher que não se tratava do quase homônimo Carlos Nader (PL-RJ).


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