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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Lula deseja mais agenda "de presidente"
Petista teme passar a impressão de que sua participação na campanha ocorre em detrimento das funções no Planalto
Conselho da candidatura
quer eventos eleitorais em
estados "simbólicos" -SP,
BA, RJ, MG e RS-, nos quais
Alckmin está mais próximo
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Convicto de que seus compromissos de campanha têm
sufocado sua rotina institucional, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva decidiu exigir ao
gabinete pessoal do Palácio do
Planalto a inclusão de mais
eventos governamentais em
sua agenda.
O petista, candidato à reeleição, tem reclamado tanto a auxiliares do governo como à cúpula da campanha petista que
as gravações dos programas
eleitorais e as viagens de campanha, a maioria delas nos finais de semana, têm atrapalhado sua agenda de presidente.
Lula tem receio de passar à
população a impressão de que
sua atuação na campanha ocorre em detrimento à administração do governo.
A ordem do presidente já deve ser colocada em prática nesta semana. De um lado, manterá o ritmo da campanha, mas de
outro forçará o Planalto a achar
mais espaço para eventos oficiais, tanto em cerimônias em
Brasília como em viagens para
"inspecionar" programas com
incentivos federais.
Nesta semana, por exemplo,
Lula deve participar de duas solenidades no Planalto: sanções
da Timemania, na quinta-feira,
e da Lei de Segurança Alimentar, na sexta-feira. Já para a semana que vem, o Planalto prepara mais uma visita do presidente ao Rio Grande do Sul, no
caso, a um centro de tecnologia
eletrônica (Ceitec).
Ontem, em reunião do chamado conselho político da
campanha no Palácio da Alvorada, houve a definição para
que eventos de campanha ocorram em Estados "símbolos",
onde o petista aparece parelho
com Geraldo Alckmin (PSDB),
como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Rio
Grande do Sul. Após o encontro, o ministro Tarso Genro
(Relações Institucionais) admitiu publicamente a possibilidade de vitória de Lula já no
primeiro turno das eleições.
Segundo ele, mantido o atual
quadro na semana que vem,
"não é imprudente dizer que é
possível ganhar a eleição no
primeiro turno". A seguir, voltou ao tema. "As indicações que
são dadas pelas pesquisas
apontam que é possível [ganhar
a eleição no primeiro turno]".
Segundo Tarso, coordenador
político do governo, o comando
de campanha petista adquiriu a
"a capacidade de antecipação
política" para responder "acusações que são prováveis de
aparecer". De acordo com sua
avaliação, o "tucanato vive uma
crise sem precedente".
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