São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Lula deseja mais agenda "de presidente"

Petista teme passar a impressão de que sua participação na campanha ocorre em detrimento das funções no Planalto

Conselho da candidatura quer eventos eleitorais em estados "simbólicos" -SP, BA, RJ, MG e RS-, nos quais Alckmin está mais próximo


EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Convicto de que seus compromissos de campanha têm sufocado sua rotina institucional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu exigir ao gabinete pessoal do Palácio do Planalto a inclusão de mais eventos governamentais em sua agenda.
O petista, candidato à reeleição, tem reclamado tanto a auxiliares do governo como à cúpula da campanha petista que as gravações dos programas eleitorais e as viagens de campanha, a maioria delas nos finais de semana, têm atrapalhado sua agenda de presidente.
Lula tem receio de passar à população a impressão de que sua atuação na campanha ocorre em detrimento à administração do governo.
A ordem do presidente já deve ser colocada em prática nesta semana. De um lado, manterá o ritmo da campanha, mas de outro forçará o Planalto a achar mais espaço para eventos oficiais, tanto em cerimônias em Brasília como em viagens para "inspecionar" programas com incentivos federais.
Nesta semana, por exemplo, Lula deve participar de duas solenidades no Planalto: sanções da Timemania, na quinta-feira, e da Lei de Segurança Alimentar, na sexta-feira. Já para a semana que vem, o Planalto prepara mais uma visita do presidente ao Rio Grande do Sul, no caso, a um centro de tecnologia eletrônica (Ceitec).
Ontem, em reunião do chamado conselho político da campanha no Palácio da Alvorada, houve a definição para que eventos de campanha ocorram em Estados "símbolos", onde o petista aparece parelho com Geraldo Alckmin (PSDB), como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Após o encontro, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) admitiu publicamente a possibilidade de vitória de Lula já no primeiro turno das eleições.
Segundo ele, mantido o atual quadro na semana que vem, "não é imprudente dizer que é possível ganhar a eleição no primeiro turno". A seguir, voltou ao tema. "As indicações que são dadas pelas pesquisas apontam que é possível [ganhar a eleição no primeiro turno]".
Segundo Tarso, coordenador político do governo, o comando de campanha petista adquiriu a "a capacidade de antecipação política" para responder "acusações que são prováveis de aparecer". De acordo com sua avaliação, o "tucanato vive uma crise sem precedente".


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