|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PF indicia Palocci por quebra de sigilo bancário do caseiro
Jorge Mattoso, ex-presidente da Caixa, e assessor Marcelo Netto também são indiciados
Ex-ministro é apontado como mandante e acusado de denunciação caluniosa, prevaricação e violação de sigilo funcional e bancário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal concluiu
ontem a investigação sobre a
quebra ilegal do sigilo bancário
do caseiro Francenildo dos
Santos Costa. Em relatório de
84 páginas, o ex-ministro da
Fazenda Antonio Palocci é
apontado como mandante do
crime e indiciado por denunciação caluniosa, prevaricação,
além de violação de sigilo funcional e bancário.
Para o delegado Rodrigo Carneiro Gomes, que presidiu a investigação, "a ilegalidade cometida "in casu" foi o desvirtuamento das finalidades do Estado democrático de Direito para
atendimento de fins pessoais,
satisfação de interesses privados, o que viola princípios da
administração pública, a moralidade e a probidade administrativas". Conforme o Código
Penal, as penas para tais crimes
são de até oito anos de prisão.
Também foram indiciados o
ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso e o
jornalista Marcelo Netto, que
era assessor de Palocci.
Mattoso teria cometido os
crimes de violação de sigilo
bancário e funcional. Marcelo
Netto, somente o de violação de
sigilo funcional, porque teria
repassado à revista "Época" os
dados dos extratos do caseiro.
Mas, conforme consta do inquérito, a participação dos dois
é secundária, se comparada à
de Palocci. O ex-ministro teria
usado nas práticas irregulares
"assessores do Ministério da
Fazenda, comissionados, em
cargo de confiança, com margem de discricionariedade e autonomia precária".
As provas reunidas nos seis
últimos meses, no entendimento do delegado Gomes, indicam que "a tese de defesa [de
Mattoso] é pouco provável".
Em depoimento, ele disse que,
por sua própria decisão, mandou servidores da Caixa consultarem a existência de uma
possível conta do caseiro no
banco e sua respectiva movimentação, em 16 de março, dia
da quebra ilegal de sigilo.
A conta do caseiro foi ainda
violada uma segunda vez, em 17
de março, quando a mando de
Mattoso, segundo o inquérito,
fez-se uma nova impressão de
extratos para envio ao Coaf
(Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do
Ministério da Fazenda, que
produziu um relatório no qual a
movimentação bancária do caseiro é caracterizada como atípica. Entre janeiro e março deste ano, ele recebeu cerca de R$
25 mil de seu pai biológico, o
empresário Eurípedes Soares.
No inquérito, a PF conclui que
as operações são legais.
Texto Anterior: Janio de Freitas: O horror Próximo Texto: Outro lado: Advogado nega envolvimento de ex-ministro Índice
|