São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em documento, Felix nega que Abin tenha maleta de grampo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em ofício enviado à PF, o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Felix, afirma que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) não possui equipamentos capazes de realizar interceptações telefônicas sem depender de operadoras.
O documento, obtido pela Folha, contradiz o ministro Nelson Jobim (Defesa), que denunciou ao presidente Lula que a Abin tinha tais aparelhos. O ofício foi enviado ao delegado William Morad, responsável pelo inquérito que investiga escutas ilegais em telefones de autoridades.
Felix diz que o laudo feito pelo Exército revela que nenhum órgão sob sua supervisão, entre eles a Abin, dispõe das chamadas ERBs (Estações Rádio Base) portáteis, conhecidas como maletas de interceptação. Segundo Felix, a análise incluiu os equipamentos comprados a pedido da Abin pela Comissão do Exército Brasileiro em Washington. Baseado nessa lista de compras, Jobim acusou a Abin.
A Polícia Federal trabalha em um segundo laudo, ainda não concluído. A suspeita recai sobre o Stealth LPX Surveillance System. O aparelho norte-americano possui várias versões. Algumas podem fazer interceptações e outras necessitam estar acopladas a outros equipamentos.
A PF incluiu, no rol de suspeitos pelas escutas ilegais em telefones de autoridades, um militar da ativa da Aeronáutica, Idalberto Matias de Araújo.
Em reunião secreta da CPI dos Grampos, anteontem à noite, o diretor do Departamento de Contra-Inteligência da Abin, Paulo Maurício Fortunato Pinto, confirmou que Araújo, da Secretaria de Inteligência da Aeronáutica, é um dos principais investigados. A interlocutores Araújo nega participação nos grampos. Mas chama a atenção pelos detalhes que tem sobre a Operação Satiagraha.
A Aeronáutica disse desconhecer que qualquer servidor seu tenha envolvimento com grampos. E que, se for comunicada da investigação, tomará medidas administrativas, como a instauração de uma sindicância. A Folha não localizou Araújo. (ALAN GRIPP E MARIA CLARA CABRAL)



Texto Anterior: Procuradores criticam central de escuta do CNJ
Próximo Texto: Grupo Opportunity diz que transferência de R$ 535,8 mi foi legal e rebate acusação
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.