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Grupo Opportunity diz que transferência de R$ 535,8 mi foi legal e rebate acusação
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Opportunity informou ontem, por meio de nota,
que a transferência de R$ 535,8
milhões de um fundo de investimento em ações do banqueiro
Daniel Dantas e de outras quatro pessoas ligadas a ele para a
administradora BNY Mellon
Serviços Financeiros foi transparente e legal.
O valor foi bloqueado pela
Justiça Federal de São Paulo
após pedido do Ministério Público Federal, que recebeu um
comunicado do Coaf (Conselho
de Controle de Atividades Financeiras), órgão de inteligência financeira do Ministério da
Fazenda, alertando sobre operações do Banco Opportunity
consideradas "irregulares no
mercado financeiro".
O Opportunity informou que
transferiu para o BNY Mellon
os serviços de administração do
fundo de investimento, o "que
consiste somente na mudança
do responsável pelas atividades
de processamento e controle
das carteiras, escrituração da
emissão e resgate de cotas e
contratação dos serviços de tesouraria e custódia dos fundos
de investimento."
Em nota, o grupo informou
ainda que a transferência da
administração de fundo de investimento está prevista na
atual regulamentação e que foi
feita com total transparência,
"não só com comunicados públicos, mas também com a
prestação de todas as informações à CVM e aos cotistas" -foi
a CVM que avisou o Coaf.
Como o fundo de R$ 535,8
milhões pertence apenas a
Dantas, à irmã Verônica, à mulher, Maria Alice, e aos executivos do banco Norberto Aguiar
Tomaz e Dório Ferman, não
houve consulta a acionistas.
Sobre a investigação da Polícia Federal, o Opportunity declarou repudiar as acusações de
envolvimento do grupo em crimes de lavagem de dinheiro,
evasão de divisas e formação de
quadrilha.
Com relação aos R$ 10 milhões, também bloqueados por
ordem judicial, o banco informou que essa operação não foi
realizada por Ferman. "Foi
uma movimentação regular de
resgate de fundo de investimento por parte de cliente."
O dinheiro foi depositado em
uma conta bancária de uma irmã de Ferman. O Banco Central considerou a operação "atípica" e comunicou ao Coaf.
A administradora BNY Mellon Serviços Financeiros, também em nota, afirmou que a
"transferência foi regular e vem
sendo realizada com absoluta
transparência".
"Má-fé"
A Associação Nacional dos
Procuradores da República entrou ontem com uma representação no Conselho Federal da
OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil) contra o advogado de
Dantas, Nélio Machado, que
afirmou anteontem à Folha
que o bloqueio é fruto de "má-fé" das autoridades.
"Ao afirmar que o procurador da República Rodrigo de
Grandis, que pediu corretamente o bloqueio, agiu com
má-fé, ele imputa um crime ao
procurador. Agora o advogado
deve responder por isso", afirmou o presidente da entidade,
o procurador Antonio Carlos
Alpino Bigonha.
Para ele, ao determinar o
bloqueio, De Grandis "cumpriu
o estrito dever legal".
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