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Presidentes das Casas criticam redução de receita
DA AGÊNCIA FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se aprovada pelo Congresso,
a emenda à Constituição que
amplia o número de vereadores
do país vai criar 131 novos postos nas Câmaras Municipais
das capitais. Em duas delas,
Maceió e São Luís, o número de
legisladores saltará de 21 para
31, aumento de mais de um terço sobre a atual composição.
O entendimento do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) é
que, se aprovada, a nova regra
só passe a valer a partir da próxima eleição, em 2012.
O primeiro-secretário da Câmara de São Luís, Lourival
Mendes (PT do B), disse que
não se opõe ao aumento de vagas, mas à redução de receita
em um cenário de provável
criação de despesas.
Segundo ele, a Casa já gasta o
teto de 5% do Orçamento municipal e terá que fazer "uma
grande modificação estrutural"
com um limite menor, de 4,5%.
"Os deputados não têm credibilidade e querem fazer média. Por que não aumentam o
número de deputados para mil
e reduzem a receita?", ironizou.
O presidente do Legislativo
de Campo Grande (MS), Paulo
Siufi (PMDB), também criticou
a emenda: "Gostaria que os deputados tentassem administrar
a Câmara nessa situação. Eu
dou a chave para eles", disse.
O vereador Alexandre Passos
(PT), presidente da Câmara
Municipal de Vitória, foi outro
que reclamou da possibilidade
de aplicação imediata da mudança. Disse que vai reunir os
outros vereadores para definir
reformas e aluguéis de espaços
para oito novos colegas.
De acordo com ele, a redução
do limite de gastos não deverá
ser problema, já que a Câmara
só gasta hoje 2% do Orçamento
municipal. A Câmara de Boa
Vista, que pode ter mais sete
vereadores, também usa menos que o teto estabelecido. Por
isso, para Braz Behnck (PPS),
presidente da Casa, a decisão
de reduzir o limite "é só para
enganar um pouquinho".
O vereador Renato Berger
(PSDB), presidente do Legislativo em Teresina, que pode ter
oito vereadores a mais, previu
cortes. "Teremos que rever todo o investimento com pessoal,
gabinetes. Vai ter que cortar e
adaptar. Só acho que não pode
atingir a remuneração do vereador." Em Teresina, o salário
deles é de R$ 9.200.
Mesmo número
As únicas capitais que não teriam aumento no número de
vereadores, com a aprovação da
proposta, seriam Goiânia, Rio
de Janeiro e São Paulo.
O cálculo da ampliação do
número de vereadores foi feito
pela Folha com base no projeto aprovado pelos deputados,
em dados do TSE da última
eleição e na estimativa populacional de julho do IBGE.
(CAROLINA SANTOS, JEAN-PHILIP STRUCK, MATHEUS PICHONELLI, JOSÉ
EDUARDO RONDON, RODRIGO VARGAS e
RODRIGO VIZEU)
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