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Partidários de Yeda acusam Tarso de tramar impeachment
Anúncio de abertura de processo foi feito ontem; assessoria de ministro, pré-candidato, nega acusação
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Aliados da governadora do
Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), acusaram o ministro Tarso Genro (Justiça), provável nome petista na disputa
pelo governo do Estado em
2010, de estar por trás da abertura do processo de impeachment contra a tucana.
Com o anúncio do presidente
da Assembleia Legislativa, Ivar
Pavan (PT), de que submeterá
ao plenário da Casa o pedido de
impedimento de Yeda, houve
um acirramento do clima de
tensão política no Estado.
"Foi uma ação deletéria desse presidente da Assembleia,
um petista irresponsável sem
apreço pelo voto, mas é o ministro, que é candidato a governador, o mentor disso", disse o
líder do PSDB na Câmara dos
Deputados, José Aníbal (SP).
A governadora é ré em ação
civil pública movida pelo Ministério Público Federal, em
agosto, sob acusação de ter sido
destinatária de recursos desviados por um esquema de
fraude no Detran-RS (Departamento Estadual de Trânsito).
Tanto deputados governistas
quanto da oposição ouvidos pela Folha disseram que são mínimas as chances de o processo
de impeachment prosperar, já
que o plenário da Assembleia é
dominado pela base de Yeda.
Hoje, 33 dos 55 deputados dão
sustentação à tucana.
Mesmo assim, a ação de impeachment permitiu à oposição manter Yeda nas cordas
quando esboçava reagir à crise.
O anúncio de Pavan ocorreu
na semana em que governadora efetivou a reforma administrativa que a aproximou do PP,
legenda com forte presença no
interior do Rio Grande do Sul.
Também ocorreu após ela
ter dito à cúpula nacional do
PSDB, incluindo o governador
e presidenciável José Serra
(SP), que vai superar a crise e
que disputará a reeleição.
Principal fiador da governabilidade de Yeda, o PMDB também enxerga viés eleitoral no
pedido de impeachment. "É luta política pura", disse o deputado federal Eliseu Padilha, um
dos líderes do PMDB-RS.
Segundo ele, o pedido de impeachment é desdobramento
da mesma queda de braço entre situação e oposição que levou a Assembleia a instalar
uma CPI para investigar Yeda
logo após a denúncia do MPF.
Nas três reuniões da CPI já
realizadas, nenhum requerimento para convocações foi
aprovado porque os aliados de
Yeda (8 dos 12 membros) se ausentaram das votações.
Procurado, o ministro Tarso
Genro encontrava-se em viagem oficial ao Chile. Sua assessoria disse que o ministro "não
comanda nem o Ministério Público nem a Assembleia Legislativa", e está cuidando do ministério, "não de campanha".
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