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São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2003

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Presidente teme efeito político da crise social

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Embora satisfeito com indicadores econômicos como a baixa inflação, a queda do risco-país e a alta da bolsa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está angustiado com o que chama em reuniões internas de "uma crise social batendo na nossa porta". Mais: teme o efeito dessa crise nas eleições municipais de 2004.
Explica-se: a recuperação dos indicadores financeiros não está se refletindo na economia real -a renda dos trabalhadores continua a cair, e o desemprego, a aumentar, por exemplo. A avaliação do governo federal é que haverá melhora na economia real, mas não a tempo para que as "vacas magras" de Lula engordem até 3 de outubro de 2004.
Isso preocupa a cúpula do governo e do PT. Apesar de dificilmente vir a ser admitido, há o desejo de combinar o tempo econômico (retomada do crescimento) com o tempo político (eleições municipais do ano que vem).
É com essa preocupação que Lula tem realizado reuniões, como no último dia 9, na qual ele reuniu o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, e os presidentes dos bancos oficiais para, segundo um auxiliar, "injetar dinheiro na economia real".
A angústia de Lula, porém, está longe de se traduzir em perda de força de Palocci. Pelo contrário. O presidente avalia que Palocci é o fiador da credibilidade do governo federal perante o mercado e que, sem essa precondição, não haverá plano de estímulo ao crescimento econômico que dê certo. (KENNEDY ALENCAR)


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