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Presidente teme efeito político da crise social
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Embora satisfeito com indicadores econômicos como a baixa
inflação, a queda do risco-país e a
alta da bolsa, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva está angustiado com o que chama em reuniões
internas de "uma crise social batendo na nossa porta". Mais: teme
o efeito dessa crise nas eleições
municipais de 2004.
Explica-se: a recuperação dos
indicadores financeiros não está
se refletindo na economia real
-a renda dos trabalhadores continua a cair, e o desemprego, a aumentar, por exemplo. A avaliação
do governo federal é que haverá
melhora na economia real, mas
não a tempo para que as "vacas
magras" de Lula engordem até 3
de outubro de 2004.
Isso preocupa a cúpula do governo e do PT. Apesar de dificilmente vir a ser admitido, há o desejo de combinar o tempo econômico (retomada do crescimento)
com o tempo político (eleições
municipais do ano que vem).
É com essa preocupação que
Lula tem realizado reuniões, como no último dia 9, na qual ele
reuniu o ministro da Fazenda,
Antonio Palocci Filho, e os presidentes dos bancos oficiais para,
segundo um auxiliar, "injetar dinheiro na economia real".
A angústia de Lula, porém, está
longe de se traduzir em perda de
força de Palocci. Pelo contrário. O
presidente avalia que Palocci é o
fiador da credibilidade do governo federal perante o mercado e
que, sem essa precondição, não
haverá plano de estímulo ao crescimento econômico que dê certo.
(KENNEDY ALENCAR)
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