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OUTRO LADO
Para Nilmário, ONU não quer interferir no país
TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TERESINA
O secretário especial de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, disse que a ONU (Organização das Nações Unidas) não
quer "interferir" no Judiciário
brasileiro e elogiou a relatora
do órgão para execuções sumárias, Asma Jahangir, que encerrou na quarta-feira sua visita ao
país.
Ele comentou a carta divulgada ontem pelos 27 presidentes
de Tribunais de Justiça do Brasil, em Porto Alegre (RS), em
que a sugestão de uma inspeção internacional no Judiciário
brasileiro -feita por Jahangir- é classificada de "autêntica violação da soberania nacional".
Miranda comparou a atuação de Jahangir à do brasileiro
Sérgio Vieira de Mello -representante especial da ONU no
Iraque, que morreu em um
atentado realizado em 19 de
agosto.
Aplaudido
"Ele sempre foi aplaudido
por suas ações em outros países", disse ontem o ministro,
que participou da Segunda
Conferência Internacional de
Direitos Humanos, em Teresina (PI).
Segundo Miranda, "a ONU
não é um poder soberano que
vem interferir no Judiciário
brasileiro, e sim um órgão multilateral que está cumprindo
seu papel".
Ele disse ainda que a visita de
relatora da ONU "ajudou a
mostrar a realidade intolerável
de violência e execuções".
"Essa visita é importante para
que possamos enfrentar e vencer tudo isso. Uma realidade
que algumas pessoas, fascistas,
chamam de limpeza social",
afirmou Miranda.
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