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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Alckmin não apóia controle de câmbio, afirmam tucanos
Proposta de Yoshiaki Nakano de adotar câmbio administrado
criou polêmica na equipe do programa de governo do PSDB
"Explicar isso no meio da campanha é praticamente impossível", disse Biasoto; Alexandre Mendonça de Barros descarta medida
CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Colaboradores do programa
de governo de Geraldo Alckmin
apontaram ontem como pessoal a proposta do economista
Yoshiaki Nakano de adoção de
um modelo de câmbio administrado no país, incluindo o controle de entrada de capitais.
A idéia chegou a ser apresentada por Nakano no fim de uma
reunião da equipe de programa
de governo, mas provocou bastante polêmica. "A proposta dele tem sentido do ponto de vista
geral. Mas explicar isso no meio
de uma campanha é praticamente impossível. Como aconteceu, deu gancho para o pessoal falar em privatização, isso
tudo", afirmou Geraldo Biasoto, que considera "bobagem" a
promessa de ajuste fiscal equivalente a 3% do PIB num ano.
Embora defenda mudanças
na política cambial -não com a
fixação de controle, mas com
um "refinamento" de mecanismos de organização de mercado-, Biasoto aposta na redução
da taxa de juros como principal
instrumento para isso.
Responsável pela consolidação do capítulo destinado à política econômica, Alexandre
Mendonça de Barros (FGV) explica que consensual é a necessidade de um ajuste que permita a redução da taxa de juros. A
desvalorização do real é conseqüência: "Ninguém sonha em
fazer intervenção no câmbio".
Ele afiançou que Nakano não
defende um corte de 3% do PIB
em um ano. Segundo ele, suas
declarações foram manipuladas com má-fé: "Convivo com
ele diariamente. Não concordo
com todas as suas propostas.
Mas louco ele não é", disse.
Raul Velloso acha "prematuro pensar em novo regime cambial": "Temos de concentrar todas as energias intelectuais e
políticas na formulação de um
plano de corte de gastos".
Alckmin elogiou Nakano,
mas disse que não fixará metas
para cortes de gastos nem fará
intervenção no câmbio. Disse
que é "um excelente quadro"
do partido, mas rechaçou as
opiniões do ex-secretário. "Todos os indicadores econômicos
são de crescimento no nosso
governo. Não tem nominado
[esse corte] de 4,4%, 3,4%. O
que vamos fazer é o que o Brasil
precisa, uma política fiscal de
melhor qualidade", disse. À tarde, Alckmin afirmou que o
câmbio deve ser flutuante e essa regra não será mudada "na
base da canetada": "Agora, todo
lugar do mundo onde ele é flutuante, ele é administrado".
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