São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 2006

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Acusado diz ter disponibilizado sigilos à polícia

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

O empresário Abel Pereira, investigado por suposto envolvimento com a máfia dos sanguessugas durante a gestão do ex-ministro da Saúde Barjas Negri (PSDB), disse que pôs seus sigilos bancário e fiscal à disposição da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
Abel foi acusado pelos Vedoin, donos da Planam, de cobrar propina para agir na liberação de recursos da Saúde com Barjas Negri. Ambos negam. Hoje prefeito de Piracicaba, Barjas diz que não conhece os Vedoin e que Abel não tinha autorização para falar em seu nome.
Anteontem, a Justiça Federal de Mato Grosso determinou, a pedido da Procuradoria, a quebra de sigilos do empresário.
Segundo um dos advogados de Abel, este já havia disponibilizado seus sigilos mesmo antes da decisão da Justiça. Para comprovar isso, o advogado apresentou um documento protocolado na manhã de anteontem na PF em Piracicaba, com cópia ao Ministério Público Federal e à PF de Mato Grosso, no qual Abel coloca à disposição seus sigilos.

Gestão Barjas
A Polícia Civil de Piracicaba investiga supostas irregularidades em licitações de obras públicas durante a gestão de Barjas, eleito em 2004. A polícia apura se empresas de Abel estão entre as favorecidas.
Empresas da família de Abel venceram licitações para executar obras na gestão de Barjas. Além disso, quatro empresas da família doaram um total de R$ 60 mil para a campanha eleitoral do tucano a prefeito, em 2004.
O advogado de Abel disse que as empresas que estão em nome dele não executam obras para a prefeitura há mais de seis anos.
Barjas Negri foi procurado pela Folha para comentar o inquérito, mas não se pronunciou.


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