São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vedoin diz que Abel liberou R$ 3 milhões

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
ENVIADA ESPECIAL A CUIABÁ

Pivô do caso do dossiê contra políticos tucanos, Luiz Antonio Vedoin, 31, chefe da máfia dos sanguessugas, afirmou ontem à Justiça Federal em Cuiabá que o empresário Abel Pereira, amigo do ex-ministro da Saúde (2002) e atual prefeito de Piracicaba, Barjas Negri (PSDB), conseguiu liberar R$ 3 milhões em verbas do ministério após receber propina, em 2002 -ainda na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Barjas Negri, que afirma desconhecer a suposta ação de Abel Pereira, foi ex-secretário-executivo e sucessor no Ministério da Saúde do hoje governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB).
Eduardo Silveira, advogado de Abel, afirma que o empresário nunca atuou no ministério para liberação de verbas. "Para provar a inocência, ele colocou à disposição os sigilos bancário, telefônico e fiscal [na terça-feira] antes de a Justiça Federal determinar a quebra deles", afirmou o advogado.
O procurador da República em Cuiabá Mário Lúcio Avelar disse que a suspeita contra Abel precisa ser investigada com base na análise do sigilo bancário e fiscal.
Vedoin diz acertou pagamento de propina de 6,5% a Abel por verba liberada. Ele afirma ainda que Abel indicava empresas em cujas contas deveria ser depositado dinheiro. Ele apresentou quatro comprovantes de depósitos de dezembro de 2002 a janeiro de 2003, que somam R$ 183,5 mil, além de três cópias de cheques.
Os documentos já tinham sido entregues à Justiça Federal e à revista "IstoÉ", no dia 14 de setembro. Então petistas, Oswaldo Bargas e Expedito Veloso estavam presentes no momento da entrevista ao repórter.
(HUDSON CORRÊA E ANDREA MICHAEL)

Texto Anterior: Eleições 2006/Presidência: PF quer ouvir Mercadante sobre dossiê
Próximo Texto: Acusado diz ter disponibilizado sigilos à polícia
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.