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Vedoin diz que Abel liberou R$ 3 milhões
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
ENVIADA ESPECIAL A CUIABÁ
Pivô do caso do dossiê
contra políticos tucanos,
Luiz Antonio Vedoin, 31,
chefe da máfia dos sanguessugas, afirmou ontem
à Justiça Federal em Cuiabá que o empresário Abel
Pereira, amigo do ex-ministro da Saúde (2002) e
atual prefeito de Piracicaba, Barjas Negri (PSDB),
conseguiu liberar R$ 3 milhões em verbas do ministério após receber propina, em 2002 -ainda na
gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Barjas Negri, que afirma
desconhecer a suposta
ação de Abel Pereira, foi
ex-secretário-executivo e
sucessor no Ministério da
Saúde do hoje governador
eleito de São Paulo, José
Serra (PSDB).
Eduardo Silveira, advogado de Abel, afirma que o
empresário nunca atuou
no ministério para liberação de verbas. "Para provar a inocência, ele colocou à disposição os sigilos
bancário, telefônico e fiscal [na terça-feira] antes
de a Justiça Federal determinar a quebra deles",
afirmou o advogado.
O procurador da República em Cuiabá Mário Lúcio Avelar disse que a suspeita contra Abel precisa
ser investigada com base
na análise do sigilo bancário e fiscal.
Vedoin diz acertou pagamento de propina de
6,5% a Abel por verba liberada. Ele afirma ainda que
Abel indicava empresas
em cujas contas deveria
ser depositado dinheiro.
Ele apresentou quatro
comprovantes de depósitos de dezembro de 2002 a
janeiro de 2003, que somam R$ 183,5 mil, além de
três cópias de cheques.
Os documentos já tinham sido entregues à
Justiça Federal e à revista
"IstoÉ", no dia 14 de setembro. Então petistas,
Oswaldo Bargas e Expedito Veloso estavam presentes no momento da entrevista ao repórter.
(HUDSON CORRÊA E ANDREA MICHAEL)
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