São Paulo, sexta-feira, 12 de outubro de 2007

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PMDB reconduz Simon e Jarbas à CCJ por pressão do Planalto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Por determinação do Palácio do Planalto, o PMDB devolveu ontem aos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) as vagas na Comissão de Constituição e Justiça, numa tentativa de aplacar os ânimos na Casa.
A decisão foi oficializada pelo líder do partido no Senado, Valdir Raupp (RO), após uma reunião com o coordenador político do governo, ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais). "Havia dito que teria humildade para voltar atrás. Depois de uma reflexão, conversei com a maioria da bancada, com o Jarbas e o Simon, e resolvi retorná-los à CCJ", afirmou Raupp. "Se não conseguir convencer outro senador a ceder a vaga, eu abro mão da minha", completou.
No lugar de Jarbas e Simon, Raupp havia indicado Paulo Duque (PMDB-RJ) e Almeida Lima (PMDB-SE). A avaliação do governo é que a manobra custou mais caro que os dois votos perdidos para aprovar a prorrogação da CPMF.
Como a articulação teve a digital do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), a recondução dos dois também seria uma tentativa de dissociar a crise que envolve o peemedebista da votação da CPMF.
Além da retaliação de Renan aos dois, a troca na CCJ visava melhorar o cenário para aprovar a emenda da CPMF na comissão. Com eles, a margem é apertada: há 11 votos favoráveis, oito contra, e três em aberto: Jarbas, Simon e Eduardo Suplicy (PT-SP). Caso esses três votem contra a CPMF, o desempate caberia ao presidente da comissão, Marco Maciel (DEM-PE), que derrubaria a emenda por ordem do DEM.
Para aprovar a emenda na CCJ o governo precisará de pelo menos 12 votos. Uma das saídas negociadas é a substituição de Suplicy. "Com as substituições no PMDB e se a bancada do bloco também fizesse algumas substituições, melhoraria na CCJ", disse Raupp. Jarbas aceitou voltar à comissão. Mas afirmou que manterá sua posição de independência em relação à bancada. Simon afirmou que só tomará decisão na semana que vem. (SILVIO NAVARRO)


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