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PMDB reconduz Simon e Jarbas à CCJ por pressão do Planalto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Por determinação do Palácio
do Planalto, o PMDB devolveu
ontem aos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) as vagas
na Comissão de Constituição e
Justiça, numa tentativa de
aplacar os ânimos na Casa.
A decisão foi oficializada pelo
líder do partido no Senado, Valdir Raupp (RO), após uma reunião com o coordenador político do governo, ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações
Institucionais). "Havia dito que
teria humildade para voltar
atrás. Depois de uma reflexão,
conversei com a maioria da
bancada, com o Jarbas e o Simon, e resolvi retorná-los à
CCJ", afirmou Raupp. "Se não
conseguir convencer outro senador a ceder a vaga, eu abro
mão da minha", completou.
No lugar de Jarbas e Simon,
Raupp havia indicado Paulo
Duque (PMDB-RJ) e Almeida
Lima (PMDB-SE). A avaliação
do governo é que a manobra
custou mais caro que os dois
votos perdidos para aprovar a
prorrogação da CPMF.
Como a articulação teve a digital do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), a
recondução dos dois também
seria uma tentativa de dissociar
a crise que envolve o peemedebista da votação da CPMF.
Além da retaliação de Renan
aos dois, a troca na CCJ visava
melhorar o cenário para aprovar a emenda da CPMF na comissão. Com eles, a margem é
apertada: há 11 votos favoráveis, oito contra, e três em aberto: Jarbas, Simon e Eduardo
Suplicy (PT-SP). Caso esses
três votem contra a CPMF, o
desempate caberia ao presidente da comissão, Marco Maciel (DEM-PE), que derrubaria
a emenda por ordem do DEM.
Para aprovar a emenda na
CCJ o governo precisará de pelo menos 12 votos. Uma das saídas negociadas é a substituição
de Suplicy. "Com as substituições no PMDB e se a bancada
do bloco também fizesse algumas substituições, melhoraria
na CCJ", disse Raupp. Jarbas
aceitou voltar à comissão. Mas
afirmou que manterá sua posição de independência em relação à bancada. Simon afirmou
que só tomará decisão na semana que vem.
(SILVIO NAVARRO)
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