São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2000

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PAINEL


Tensão fiscal
Chegam a R$ 6 bi as verbas pedidas pelos ministros ao Planejamento para fechar as contas de 2000. Os que mais reclamam são José Serra (Saúde), que quer R$ 2 bi, e Eliseu Padilha (Transportes), cuja fatura é de cerca de R$ 700 mi. Paulo Renato (Educação) não está muito atrás.

Dinheiro contado
A pressão dos ministros por mais verbas é tanta que levou FHC a discutir o assunto na última reunião da Câmara de Política Econômica, realizada quarta passada no Alvorada. O presidente vai ceder. Mas nunca R$ 6 bi. Talvez um sexto disso.

Sem limites
Para registro: os R$ 6 bi reivindicados pelos ministérios superam em R$ 1 bi o que os prefeitos endividados pediram, e não levaram, para fechar suas contas.

Ganhando tempo
A candidatura Aécio Neves (PSDB) a presidente da Câmara deixou FHC em posição confortável. O presidente ganhou um argumento para fugir das pressões dos aliados para se envolver na disputa. Até a poeira assentar, dirá que não tem como ir contra o próprio partido.

Língua ferina
Delfim Netto (PPB) duvida que o Congresso seja convocado em janeiro. Serviria só para tirar o sossego do Planalto. "FHC está louco para nos ver pelas costas para não alterar a rotina do governo", ironiza o pepebista.

Vil metal
A rigor, FHC tem enviado sinais desencontrados ao Congresso sobre a convocação. ACM quer (a fim de mandar por mais um mês) e achou forte argumento para mobilizar as bases: seriam três salários a mais para engordar o orçamento de deputados e senadores.

Diligência
A Justiça Federal expediu um mandado de busca e apreensão contra partidários de Roberto Ferreira, candidato da chapa de oposição na eleição da OAB-SP. Exige a devolução dos autos do processo no qual foi autorizado o voto dos advogados inadimplentes com a entidade.

Tática de guerrilha
Na OAB, avalia-se que os autos não foram devolvidos para evitar que a entidade tenha tempo hábil para cassar a liminar.

Ação calculada
Marta Suplicy teme que perueiros, manipulados por malufistas, promovam manifestações no começo do ano a fim de tumultuar os primeiros meses de sua administração. O PT não tem bom trânsito na categoria.

Primeira imagem
A maior preocupação de Marta é que São Paulo tenha greves, passeatas e tumultos no início do governo. As cenas da derrubada da cerca do Palácio dos Bandeirantes, em 83, no começo da gestão Montoro, não saem de sua cabeça. A prefeita eleita avalia que o episódio marcou definitivamente o ex-governador.

Acesso fácil
O bom trânsito com sindicatos de médicos e professores será um dos critérios de Marta para escolher seus secretários de Saúde e de Educação. A prefeita eleita quer evitar greves de servidores municipais nas duas áreas.

Partitura de campanha
Pai de roqueiro e presidenciável assumido, Eduardo Suplicy entrega na próxima terça-feira, no Rio de Janeiro, o recém-criado prêmio Hutus ao melhor grupo brasileiro de rap.

Esqueçam o que eu disse
Com o aval de Maluf, Arnaldo Faria de Sá (Governo) foi convidado a voltar ao PPB no fim da gestão Pitta. O suposto rompimento entre o secretário e o pepebista já é passado. ""Política é assim. Romperam? Desrompe", argumenta um malufista.

Disfarça e compra
Maluf não fala no assunto em público para não valorizar Marta, mas, entre amigos, já admitiu que foi boa a escolha de João Sayad para a pasta das Finanças.

TIROTEIO
Do senador Romeu Tuma (PFL), comentando declaração atribuída a FHC de que o PSDB precisa sentir o cheiro do povo:
- A grande questão não é saber qual é o cheiro do povo. Mas saber qual é o cheiro que o povo sente no Brasil.

CONTRAPONTO

Dança das cadeiras

A viagem da prefeita eleita Marta Suplicy (PT) para um spa antes do anúncio de seu secretariado aumentou as especulações sobre o assunto no início da semana passada.
Até mesmo o cardiologista Adib Jatene, ex-ministro de Fernando Collor e de FHC, teve seu nome incluído na lista dos cotados para assumir a Secretaria da Saúde na nova administração petista.
Bem humorado, Jatene tem respondido com uma ironia quando é questionado sobre a possibilidade de vir a assumir a pasta na administração petista:
- Não quero ser secretário da Saúde. O único cargo que me interessa hoje, no Brasil, é o de ministro da Fazenda.
Diante da surpresa de seus interlocutores, o cardiologista emenda:
- Não tem um economista na Saúde? Bota, então, um médico na Fazenda. Por que não?

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