São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2000

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PESQUISA
Pepebista teria 25% e senador petista, 21%; margem de erro é de 2 pontos
Maluf e Suplicy empatam para governador do Estado

CLÓVIS ROSSI
DO CONSELHO EDITORIAL

Os dois mesmíssimos sobrenomes (Suplicy e Maluf) que disputaram o segundo turno da eleição para a prefeitura paulistana estariam no turno final se a eleição para o governo do Estado de São Paulo tivesse se realizado na quarta-feira passada.
É o que mostra pesquisa do Datafolha feita naquela data com 1.843 eleitores. A única mudança: o prenome de Suplicy seria Eduardo (do senador Eduardo Suplicy, do PT), em vez de Marta, sua mulher, afinal eleita prefeita.
O adversário não mudaria de nomes ou sobrenome: seria Paulo Salim Maluf (PPB).
Maluf teria 25% das intenções de voto contra 21% de Suplicy, no limite extremo da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos em cada candidatura.
O que significa que Suplicy poderia ter entre 17% e 23%, empatando, nesta última hipótese, com o mínimo de Maluf, cujo máximo seria 27%. Há um segundo cenário em que a diferença entre os dois cai para três pontos percentuais (25% a 22%).
O Datafolha ofereceu aos pesquisados quatro cenários, em que se mantiveram constantes os candidatos do PPB (Maluf), do PFL (o senador Romeu Tuma), do PSB (a deputada federal Luiza Erundina) e do PMDB (o deputado federal Michel Temer).
Só variaram os nomes do PSDB e do PT. Quando o deputado federal José Genoino substitui Suplicy como candidato do PT, o resultado é substancialmente inferior. Genoino fica com 6%, em um dos cenários, e com 7% no outro. Já os candidatos do PSDB, o vice-governador Geraldo Alckmin e o ministro José Serra (Saúde), têm desempenho similar.
Quando é Genoino, e não Suplicy, o candidato do PT, Alckmin e Serra alcançam os mesmos 18%, claro que em dois cenários diferentes. Quando entra Suplicy, os dois tucanos caem: Alckmin teria 14% e, Serra, 13%.
Tuma e Erundina ficam, em todos os quatro cenários pesquisados, em situação de empate técnico entre eles. Quando é Genoino o candidato do PT, ficam perto do empate estatístico ou até o alcançam também com o segundo colocado (Alckmin ou Serra).
Já Michel Temer é, de todos, o de desempenho mais negativo: oscila entre 2% e 3%.
É evidente que o resultado da pesquisa está impregnado pelo que os especialistas chamam de "recall", ou seja, a lembrança de um nome que esteve ou ainda está muito presente na mídia.
É o caso de quatro dos candidatos (Maluf, Alckmin, Erundina e Tuma), que acabam de disputar a eleição municipal paulistana. O senador Eduardo Suplicy também teve certa exposição à mídia, como marido de Marta.
Já o ministro José Serra e os deputados José Genoino e Michel Temer foram os que menos apareceram no noticiário no período mais recente, dominado pelas eleições municipais.
Talvez isso explique o fato, por exemplo, de Genoino, em um dos cenários, ter menos votos do que Maluf mesmo entre eleitores que se dizem simpatizantes do PT.
Entre os simpatizantes do PSDB, Alckmin e Serra alcançam idênticas porcentagens de intenção de voto, com vantagem para Serra apenas na margem de erro. Apoios no partido serão importantes na hora de definir qual dos dois será o candidato, se não surgir um terceiro nome e se Serra não for candidato à Presidência da República. É óbvio que, faltando pouco menos de dois anos para a votação e sem que haja candidatos definidos, a pesquisa é apenas indicativa.
Demonstra-o o baixíssimo índice de eleitores que apontam um candidato quando a pesquisa é espontânea (sem a exibição dos nomes dos candidatos). Nessa situação, 73% dos consultados dizem que não sabem (65%) ou que não votarão em ninguém (8%).
Maluf lidera também na espontânea (9%), mas o segundo colocado é o governador Mário Covas (4%), que não pode disputar uma segunda reeleição.


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