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TRANSIÇÃO
A expectativa é que no início do novo governo cerca de 50 deputados migrem para os partidos aliados a Lula
Por apoio, PT estimula trocas partidárias
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT está estimulando o troca-troca partidário, prática que sempre condenou, a fim de ampliar a
base de sustentação política do
novo governo no Congresso. A
expectativa é que pelo menos 50
deputados migrem de legenda no
início de 2003 em direção a partidos que apoiaram a eleição de
Luiz Inácio Lula da Silva.
O próprio PT espera engordar
com adesões saídas da esquerda
do PSDB e PMDB. Mas são os
aliados ao partido de Lula os mais
agressivos na busca de filiações.
Dentre eles, destaca-se o PL.
Nas urnas, a sigla do vice-presidente eleito José Alencar elegeu 26
deputados, mas espera chegar a
cerca de 50 logo. Na Câmara, o líder Valdemar da Costa Neto (SP)
tenta manter sigilo sobre as conversas, para não atrapalhar as negociações, mas tem sido difícil.
O deputado Moroni Torgan
(PFL-CE), por exemplo, contou à
cúpula pefelista ter sido assediado
por José Dirceu (SP), presidente
do PT, que o teria aconselhado a
se filiar ao PL. À Folha, Torgan
disse que foi convidado pelo PL,
mas recusou. A cúpula do PFL já
identificou dois outros deputados
sob assédio do PL: Neuton Lima
(SP) e Átila Lins (AM). O partido
seria o destino de parlamentares
oriundos de partidos conservadores como o PFL e o PPB.
Valdemar trabalha em três frentes: deputados que procuram o
PL para conversar, os que procuram intermediação de deputados
que já pertencem ao partido e diretamente com governadores.
Dois já foram contatados: Marconi Perillo (GO) e Cássio Cunha Lima (PB), ambos do PSDB.
O líder do PL não quer a filiação
dos governadores em si, mas de
deputados ligados a eles e oferece
o apoio do PL às reivindicações
do Estado ao novo governo.
PT, PSB e PPS seriam os principais portos de parlamentares da
esquerda do PSDB e do PMDB.
No Senado, o PMDB ficou com
19 cadeiras, igual ao PFL, mas para conseguir ter o próximo presidente da Casa foi atrás de adesões.
O suplente do governador eleito
do ES, Paulo Hartung (PSB), deve
ficar no partido, que abrigará ainda o tucano Luiz Otávio (PA).
Com João Mota e Otávio, a bancada atingirá o número de 21 senadores, mas o líder Renan Calheiros acena com a possibilidade
de filiação de três outros.
PFL e PPB, segundo cálculo de
líderes partidários, devem sofrer
as maiores perdas. O PMDB perde pouco, se ficar na base de sustentação do governo. E o PSDB
pode se manter estável por estar
bem estruturado em Estados como Minas Gerais e São Paulo.
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